Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – A Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo quer aproximar o público da arte e da técnica de organizar espaços urbanos e criar ambientes. Com o tema Arquitetura Para Todos, Construindo Cidadania, a mostra, em sua nona edição, abre espaço para que os visitantes criem seus próprios projetos arquitetônicos e os coloquem em exposição na bienal.
“Durante o período da bienal, as pessoas vão poder fazer projetos, que vão sendo expostos na própria mostra. É uma maneira de dialogar, é uma exposição dinâmica. As pessoas vão poder vir, fazer o desenho da sua casa, ou da cidade, e isso vai passar a ser exposto”, diz o curador Valter Caldana.
Os visitantes são convidados a construir uma cidade fictícia, em um espaço de 27 metros quadrados (m²), com 200 mil peças do brinquedo Lego. Em volta da maquete, são projetadas imagens ao vivo da cidade de São Paulo, de outras cidades do mundo e da própria montagem. “Queremos que as pessoas entendam o mecanismo de construção de uma cidade”, ressalta o curador.
De acordo com Caldana, a mostra propõe que as pessoas decidam manter ou reconstruir prédios, pontes e demais estruturas da cidade, fazendo com que elas reflitam sobre os impactos positivos e negativos após cada intervenção. O curador destaca que a exposição pretende mostrar às pessoas o quanto a vida delas está imersa na arquitetura. “Queremos que as pessoas percebam que hoje elas já pensam em arquitetura e urbanismo o tempo todo, mesmo que não saibam disso. A hora em que você discute o trânsito, discute o seu apartamento, a hora em que você discute o seu local de trabalho, tudo isso é debate sobre arquitetura”.
Um dos destaque da bienal, a exposição Copenhague, Como Se Faz uma Cidade Habitável traz projetos de desenvolvimento urbano da cidade nos últimos dez anos. Os projetos mostram como o trabalho conjunto, envolvendo a população, os políticos, planejadores urbanos da prefeitura e os arquitetos e engenheiros dos escritórios particulares, pode construir uma cidade sustentável.
Um dos projetos - em maquete - da exposição dinamarquesa é de uma pista de esqui erguida sobre a usina de tratamento de lixo de Copenhague. O trabalho integra a parte recreativa da cidade com a produção de energia. “É um projeto que ilustra bem essa ideia de usar novas abordagens para criar novos prédios, nova arquitetura para criar edifícios sustentáveis, mas para se integrar com os espaços urbanos”, explica o arquiteto Gustavo Ribeiro, do Centro Dinamarquês de Arquitetura. Prevista para estar construída até 2016, a pista de esqui, que também é a cobertura da usina, tem diferentes níveis de dificuldade e mais de 100 metros de altura.
A Bienal de São Paulo tem projetos e arquitetos de mais de 20 países. Além de exposições, a mostra inclui palestras, oficinas, seminários técnicos, debates e o festival Cinema e Arquitetura. A exposição vai até o dia 4 de dezembro e está instalada na Oca, no Parque Ibirapuera. O site é www.nonabia.com.br
Edição: Graça Adjuto