Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Funcionários dos Correios de diversos estados estarão em Brasília amanhã (4) para acompanhar a primeira reunião de conciliação no Tribunal Superior do Trabalho (TST). A audiência dá início ao processo de dissídio coletivo e será presidida pela ministra Maria Cristina Peduzzi.
Na semana passada, a diretoria dos Correios recorreu ao TST para tentar chegar a um acordo com os trabalhadores, em greve desde o dia 14 de setembro. A empresa instaurou o dissídio coletivo no TST com pedido de liminar para suspensão da greve, negado pelo tribunal.
Durante a audiência de amanhã, a ministra poderá formular uma proposta para chegar a um consenso entre as partes. Se isso não for possível, o processo será encaminhado a um relator e será julgado pela Seção Especializada em Dissídios Coletivos.
A principal divergência entre a empresa e os funcionários é sobre o desconto dos dias parados. A direção dos Correios apresentou uma proposta de descontar os dias não trabalhados na proporção de um dia de greve por mês. Mas os trabalhadores não aceitam o desconto e se propõem a compensar os dias de greve com horas extras e mutirões para colocar o serviço em dia.
A empresa também manteve a proposta de aumento linear de R$ 80 a todos empregados, reajuste salarial e dos benefícios em 6,87% e abono imediato de R$ 500. A reivindicação dos trabalhadores é por um aumento linear de R$ 200, além de reposição da inflação de 7,16% e aumento do piso salarial de R$ 807 para R$ 1.635. A categoria exige ainda a contratação imediata de todos os aprovados no último concurso público dos Correios.
De acordo com a Federação Nacional dos Trabalhadores de Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect), representantes de São Paulo, Goiás, do Rio de Janeiro, de Mato Grosso do Sul, da Bahia e de Minas vão se concentrar amanhã, a partir das 8h, em frente à sede da empresa, para um ato público.
Para tentar diminuir os prejuízos da greve à população, os Correios fizeram mais um mutirão nacional no último final de semana, que resultou na entrega de 13 milhões de cartas e encomendas, além da triagem de 22 milhões de objetos postais. Desde o início da greve, os mutirões foram responsáveis pela entrega de cerca de 25 milhões de cartas e encomendas em todo o país e pela triagem de mais 69 milhões, segundo dados da empresa.
Edição: João Carlos Rodrigues