Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os 429 bombeiros que participaram da invasão ao quartel central da corporação, no último dia 3, se apresentaram hoje (15) à Auditoria Militar para receber a citação das denúncias da ação penal proposta pelo Ministério Público Estadual. Os dois policiais militares acusados de não impedirem os atos de vandalismo também foram citados.
Segundo o defensor público Luís Felipe Drummond, os interrogatórios dos acusados foram distribuídos em três datas, seguindo determinação do Ministério Público, que desmembrou a denúncia em três grupos. Assim, os líderes do movimento serão ouvidos no dia 8 de julho, os dois policiais militares, no dia 11, e os demais 415 bombeiros serão interrogados por ordem alfabética, entre os dias 5 e 18 de agosto.
“A defesa está começando a ser feita a partir de hoje, porque só hoje fomos intimados da denúncia. Então a Defensoria Pública começa a trabalhar no mérito da causa, antes havíamos trabalhado com a parte processual. A Defensoria vai tratar de provar que não houve a execução de nenhum desses três crimes: motim, impedimento ao socorro, dano a viatura e ao patrimônio”, disse.
Todos os acusados serão ouvidos pelo Conselho Permanente de Justiça do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro. Em cada interrogatório, serão marcadas as datas das audiências de acusação e defesa, com a presença de testemunhas de ambos os lados.
O cabo Benevenuto Daciolo, um dos líderes do movimento, agradeceu a solidariedade da população e disse que busca o diálogo para resolver a reivindicação salarial dos bombeiros. “Nós estamos buscando dignidade, nós queremos o término da gratificação, o piso salarial líquido de R$ 2.000 e o direito ao vale transporte. Nós queremos sentar com o governo do estado do Rio de Janeiro para solucionar o problema”, disse.
Os deputados estaduais voltaram a se reunir hoje com objetivo de ajudar na negociação dos bombeiros com o governo. Ontem (14), a votação do projeto de lei que antecipa o aumento salarial para os bombeiros saiu da pauta. O projeto recebeu 32 emendas, que deverão ser apreciadas por diversas comissões.
Edição: Aécio Amado