Da Agência Lusa
Brasília - A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, disse hoje (3) que o presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, deve "retirar-se imediatamente", argumentando que seu governo conduzirá o país à "anarquia", segundo informações da Agência Lusa.
Gbagdo, que perdeu as eleições de novembro passado, se recusa a passar o governo a Alassane Ouattara – reconhecido pela comunidade internacional como o vencedor da eleição presidencial.
A ONU e as organizações não governamentais (ONGs) acusam os dois lados de serem responsáveis pelos ataques que ocorreram no Oeste do país durante a recente ofensiva dos defensores de Ouattara.
No sábado, as forças da ONU na Costa do Marfim (Onuci) acusaram as tropas de Ouatarra de massacres durante os combates no início da semana, na conquista da localidade de Duékoué, no Oeste da Costa do Marfim. Segundo fontes da ONU e das ONGs, essa ação provocou de 330 a mil vítimas, entre mortos e desaparecidos.
A Onuci retirou hoje 200 funcionários do país depois de ataques aos seus quartéis-generais perpetrados por forças leais ao presidente cessante Laurent Gbagbo.
Um funcionário da ONU disse, citado pela agência Associated Press, que tinham sido informados hoje que iam partir. Foram transportados de helicóptero da base da ONU até o aeroporto. Outro helicóptero levará o funcionário à cidade de Bouake, no Nordeste. O funcionário pediu o anonimato por não estar autorizado a falar com a imprensa.
A ordem de retirada destina-se a todos os "funcionários essenciais". Os não essenciais já foram retirados há alguns meses, contudo permanece na Costa do Marfim a força militar da ONU.
A força militar francesa na Costa do Marfim está desde a manhã de hoje fazendo a segurança no Aeroporto Internacional de Abdijan. A França enviou mais 300 soldados para apoiar a Costa do Marfim anunciou hoje o Estado Maior da Forças Armadas.
O campo militar francês em Abidjan está localizado em Port Bouët, próximo ao aeroporto internacional, que tem o controle assegurado pelas forças da ONU.
Mais de 1.650 estrangeiros, dos quais metade de franceses, estão desde sábado no campo militar francês de Port-Bouët, depois do aumento dos confrontos em Abdijan.