Da BBC Brasil
Brasília - Os Estados Unidos pediram hoje (1º) que o presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, deixe imediatamente o poder, para evitar um aumento da violência no país.
Tropas leais ao opositor Alassane Ouattara – reconhecido internacionalmente como o vencedor da eleição presidencial de novembro passado – realizam ataques na principal cidade marfinense, Abidjan, em áreas ainda controladas por Gbagbo, que se recusa a reconhecer a vitória de Ouattara na eleição.
"Nos preocupamos com a violência atual e pedimos para que Gbagbo deixe o poder imediatamente", disse o porta-voz do Departamento de Estado americano Mark Toner.
Toner também fez um apelo para que os militares estrangeiros já presentes na Costa do Marfim ajudem a manter a ordem. "Pedimos para que a Unoci [missão da Organização das Nações Unidas (ONU) na Costa do Marfim], e as tropas francesas adotem todas as medidas para a proteção de civis e impeçam qualquer saque", disse.
Militares franceses disseram que levaram 500 estrangeiros, inclusive 150 franceses, para um campo militar após terem sido ameaçados por saqueadores em Abidjan.
As forças pró-Outtara estão atacando a fortificada residência presidencial em Abidjan. Gbagbo não é visto em público há semanas e não é claro se ele está no local. "Ainda posso escutar o som de metralhadoras e de morteiros", disse um morador à BBC. Um correspondente da BBC informou que ocorrem combates também em outras duas partes da cidade.
Outtara disse que as fronteiras do país estão fechadas, embora o espaço aéreo tenha sido aberto por algumas horas hoje. Foi decretado toque de recolher até a manhã do domingo (3) em Abidjan.