Thais Leitão
Enviada Especial da Agência Brasil
Nova Friburgo (RJ) - Equipes da Defesa Civil no município de Nova Friburgo, na serra fluminense, mapearam hoje (23) as casas que se encontram em áreas de risco no bairro Alto do Floresta, um dos mais prejudicados pelas chuvas que atingiram a região há doze dias. A previsão é que amanhã (24) comece o trabalho de demolição dos imóveis.
De acordo com o coordenador da Defesa Civil de Nova Friburgo, Roberto Robadey, os procedimentos para a derrubada das poucas casas que ainda restam de pé no local estão sendo definidos pelas autoridades. “Essa região foi muito castigada, foram muitas mortes. Ainda temos que limpar o acesso para que as máquinas possam trabalhar na demolição nesta segunda-feira”.
Por outro lado, as equipes não tiveram trabalho para convencer cerca de dez famílias que ainda ocupam imóveis em áreas de risco para deixar o local. De acordo com Robadey, não houve resistência porque a maioria dos moradores está consciente dos perigos que enfrentam. “Por isso está sendo importante trabalhar em parceria com as secretarias de Assistência Social do município e do estado. Profissionais [das pastas] explicam que haverá indenização. Ou os moradores vão receber um apartamento, ou vão poder realizar uma compra assistida de um imóvel equivalente ao deles, só que em área segura, ou vão receber o dinheiro”, explicou o coronel.
Para isso, foi preciso fazer registros fotográficos de cada imóvel que a Defesa Civil considerou necessário demolir.
Alto do Floresta tem uma das mais complicadas situações em Nova Friburgo. O bairro de baixa renda era bastante populoso. O enorme barranco que desabou arrastou pelo menos 40 casas e deixou cerca de 30 pessoas soterradas. De acordo com moradores, o socorro demorou a chegar porque o acesso ficou bastante comprometido com a queda de barreiras. Quem conseguiu se salvar começou o trabalho de buscas, com a ajuda de enxadas, por corpos e sobreviventes logo após a tragédia. A quantidade de entulho e terra que desceu das encostas impressiona e os rastros da grande enxurrada ainda são evidentes. No local, uma escola municipal funciona como abrigo para cerca de 80 pessoas.
Morador do bairro há mais de 30 anos, o assistente de manutenção Cristiano Marinho contou que ajudou nas buscas por corpos e por sobreviventes soterrados logo após a tragédia. “Foi muito triste. Nunca pensei que isso aconteceria. Acabou tudo por aqui”, lamentou.
Edição: Vinicius Doria