Da BBC Brasil
Brasília – Escavadeiras israelenses destruíram hoje (9), parcialmente, o Hotel Shepherd, para construir um assentamento que abrigará cerca de 20 casas para famílias judaicasl.
A demolição hotel irritou os palestinos, que lutam para que Jerusalém Oriental se torne capital do futuro Estado Palestino. A ação israelense foi levada a cabo mesmo após críticas feitas pela comunidade internacional, inclusive pelos Estados Unidos.
O presidente Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, afirmou que a demolição coloca fim a qualquer possibilidade de os palestinos retomarem às conversações de paz com Israel. As tentativas dos Estados Unidos de fazer as duas partes retornarem à mesa de negociação chegou ao impasse no ano passado, quando Israel se recusou a suspender a construção de assentamentos em territórios palestinos ocupados.
O governo israelense alega que tem o direito de construir em qualquer lugar do país, incluindo nas áreas árabes de Jerusalém. Construído nos anos 1930, o hotel já foi a residência de Amin al-Husseini, o Grão Mufti de Jerusalém que se aliou a Hitler na Segunda Guerra Mundial.
Atualmente, há uma disputa sobre a quem pertence o prédio. Israel afirma que ele pertence a um empreiteiro judeu americano, enquanto os palestinos alegam que o edifício foi tomado ilegalmente após a ocupação israelense em 1967.
O governador palestino de Jerusalém, Adnan al-Husseini, afirmou que a ação foi mais uma na sequência de demolições de prédios históricos e acusou Israel de “tentar apagar qualquer identidade palestina da cidade de Jerusalém”.
O ministro israelense de Infraestrutura, Uzi Landau, rebateu a crítica. “Isso [a demolição] é algo que todo país faz sem a necessidade de se reportar a outra nação.”
Quase meio milhão de judeus vive em mais de 100 assentamentos, construídos após a ocupação de 1967 da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental. Um dos principais entraves à paz na região, os assentamentos são considerados ilegais pelas leis internacionais.