Sérgio Guerra: campanha de Serra terá “sintonia fina” nos programas de rádio e TV

06/10/2010 - 12h35

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil

Brasília - No segundo turno da disputa presidencial a orientação do comando de campanha do candidato do PSDB, José Serra, é explorar as contradições da candidata do PT, Dilma Rousseff, de forma “dura, mas com o cuidado de não torná-la vítima”. A afirmação é do coordenador nacional da campanha, senador Sérgio Guerra (PR), em conversa com a Agência Brasil.

Para isso, serão adotadas duas frentes de atuação durante a campanha que começa de imediato: promover uma “sintonia fina” nos programas de rádio e televisão – inclusive com inserções – para adequá-los à realidade do segundo turno e “colocar o bloco na rua”, nos estados, com o envolvimento em tempo integral dos aliados em favor do candidato tucano.

“A ordem é botar o bloco na rua. Vamos promover encontros regionais e estaduais com os governadores e prefeitos”, disse Guerra. Ele acrescentou que o objetivo é fortalecer a campanha e engajar ao máximos as lideranças regionais neste segundo turno.

“Desta vez não tem o fantasma de Lula [Luiz Inácio Lula da Silva] na nossa frente”, disse o coordenador da campanha numa referência às eleições passadas de 2006 e 2002, quando o PSDB disputou segundo turno com o presidente. “Lula intimidava todo mundo, agora não intimida mais ninguém”, acrescentou.

O líder do DEM no Senado, Antônio Carlos Júnior (BA), explicou que a ideia é ignorar o presidente Lula e focar a campanha na candidata Dilma Rousseff. “Vamos para o confronto direto, esquecer o Lula, e bater de frente com ela”, afirmou. Para o senador do DEM, tanto nos estados quanto nos programas de rádio e televisão terão que ser exploradas contradições da candidata do PT como declarações feitas sobre o aborto.

“Existe a declaração dela favorável ao aborto anos atrás publicada em uma revista e agora ela adota esse discurso de que é favorável à vida quando perguntada sobre o assunto? Isso tem que ser mostrado para a população”, disse Antonio Carlos Júnior.

Outra ponto que poderá ser explorado é uma declaração pública que Dilma, então ministra-chefe da Casa Civil, teria feito poucos dias depois do pedido de demissão do Ministério do Meio Ambiente, da candidata pelo PV à Presidência, no primeiro turno, Marina Silva. Segundo o líder do DEM, na ocasião, Dilma teria dito que Marina foi demitida porque não representava o projeto de desenvolvimento do governo Lula.

O senador destacou que a estratégia de Serra para o segundo turno começa hoje (6) em Brasília. O candidato participará à tarde de encontro com governadores, senadores e deputados eleitos pela sua coligação O Brasil pode mais.

Edição: Talita Cavalcante