Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O aumento de 7,7% dos aposentados que recebem mais de um salário mínimo, sancionado hoje (15) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não causará colapso nas contas públicas porque o maior poder aquisitivo da categoria ajuda a aumentar a arrecadação e a aquecer o mercado interno, avaliou o professor e economista da Fundação Getulio Vargas (FGV), José Cezar Castanhar.
Para ele, a medida representa o processo de recuperação de um direito das pessoas que contribuíram para se aposentar e viram o valor das aposentadorias se deteriorar ao longo do tempo. Castanhar destacou que o aumento concedido nos últimos anos ao salário mínimo fortaleceu a economia e ampliou o mercado interno, elevando a arrecadação pública como consequência. “Se é gasto por um lado, por outro, é renda”, analisou.
O economista avaliou que, no entanto, o aumento deveria ter sido concedido de uma maneira mais planejada. “Não que essa correção fosse feita em um período em que os interesses são claramente eleitorais, mas pensar no que realmente importa, que é a situação real dos aposentados, o impacto nas contas públicas”.
Apesar disso, Castanhar acredita que as contas públicas continuarão equilibradas. “Medidas como essa acabam colocando mais combustível no mercado interno, o que pode contribuir para manter o ritmo de crescimento”. O economista alertou que é necessário, com a manutenção do aumento, ter uma organização por parte do governo nos gastos públicos. “Para ter um equilíbrio maior entre investimentos e gastos correntes”.
Edição: Lana Cristina