Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Em meio às polêmicas internacionais sobre o uso de armas nucleares, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, defendeu hoje (15) que as potências que ainda mantêm arsenais nucleares façam a imediata destruição do material. Amorim chamou de “modestos” os avanços obtidos por meio da revisão do Tratado de Não Proliferação de Armas.
“O mundo não atingirá estabilidade sustentável enquanto a protelação do desarmamento nuclear e a contínua modernização dos arsenais estimularem a proliferação”, disse Amorim, durante a Conferência de Desarmamento, em Genebra, na Suíça.
O chanceler disse que é necessária uma mudança de mentalidade e o abandono da lógica da Guerra Fria, da destruição mútua. “Armas nucleares não têm função no mundo mais pacífico, democrático e próspero. Necessitamos não apenas manter, como também incrementar a segurança para todos, especialmente para os países que não possuem e não anseiam possuir armas nucleares”.
Amorim afirmou ainda que o Brasil e a Argentina conseguiram construir um diálogo de “confiança” no campo nuclear. Com isso há condições de o governo brasileiro colaborar na busca por alternativas inclusive no Oriente Médio.
“O Brasil está pronto para colaborar com a conferência. A despeito das evidentes complexidades da situação do Oriente Médio, as lições do exitoso processo de construção de confiança entre Brasil e Argentina no campo nuclear poderiam representar uma contribuição técnica à busca desses objetivos na Conferência do Oriente Médio”, disse o ministro.
Edição: Rivadavia Severo