Ipea: Empresários e trabalhadores creem no crescimento econômico com inflação mais alta

26/05/2010 - 16h20

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - Lideranças do setor empresarial e da classe trabalhadora ampliaram de 5,2% para 5,5% a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) - a soma das riquezas geradas no país - para 2010, segundo o levantamento Sensor Econômico, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A consulta foi feita no bimestre março/abril e compara os resultados com o resultado dos dois primeiros meses deste ano.

Se a pesquisa fosse feita em maio, o percentual poderia ser revisto novamente para cima, avalia o diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, João Sicsú. Ele observou que o Brasil conseguiu melhores resultados do que o resto do mundo durante as fases mais agudas das crises internacionais, em 2008, nos Estados Unidos e, nos últimos meses, nos países europeus.

As medidas anticíclicas, na opinião dele, permitiram “um certo grau de blindagem” ao Brasil, com estímulos ao aquecimento do mercado interno, à geração de empregos formais e à elevação da renda dos trabalhadores. “O nosso mercado doméstico é o nosso grande patrimônio em relação à economia internacional e evitou a desaceleração da economia [brasileira]”, disse ele.

O economista também comentou outro indicador de otimismo na pesquisa: a previsão de um crescimento médio da economia da ordem de 4,5% ao ano nos próximos cinco anos (de 2011 a 2015). Esse resultado representa, para ele, “a confiança do setor produtivo no futuro da economia”.

A consulta mostrou ainda que, em março, o setor previa um aumento da inflação anual, com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passando de 4,7% apurados no primeiro bimestre para 5,2%. Diante disso, projetaram um aumento da taxa básica de juros, a Selic, de 10,28% para 11% ao ano.

Edição: Vinicius Doria