Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, apelou hoje (26) para que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reconheça e apoie o acordo nuclear, fechado no último dia 17. Segundo ele, é a oportunidade de o norte-americano mudar a história política. Mas Ahmadinejad atacou o presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, por desconfiar das negociações. O iraniano levantou dúvidas sobre a relação amistosa entre a Rússia e o Irã.
As informações são da agência oficial de notícias iraniana, a Irna. “A Declaração de Teerã [nome oficial do acordo] sobre a troca de urânio criou uma oportunidade de ouro para o presidente Barack Obama para cumprir sua promessa de mudança e dar início à cooperação com o Irã”, disse Ahmadinejad, em visita à província de Kerman, no Sul do Irã.
Sem as críticas habituais a Obama, Ahmadinejad lembrou que o norte-americano se elegeu defendendo mudanças e transformações no cenário político dos Estados Unidos. “A promessa de Obama na campanha eleitoral foi focada em mudanças e deve respeitar os legítimos direitos das nações, honrando os direitos e abandonando a políticas equivocadas de administrações anteriores.”
O iraniano demonstrou estar decepcionado com as reações de Medvedev sobre o acordo que determina a troca de urânio levemente enriquecido enviado para Turquia. Em troca, depois de um ano, o Irã receberá o produto enriquecido a 20%.
“É difícil para nós explicar o comportamento dos dirigentes russos à nação iraniana: a nossa nação está com dúvidas se a Rússia é amiga ou está procurando algo mais”, disse ele. “O comportamento da Rússia não é aceitável e esperamos que os líderes da Rússia analisem a situação e corrijam seus erros.”
Ao saber das declarações de Ahmadinejad, Medvedev disse a assessores que o iraniano fazia as críticas para conseguir apoio interno no Irã.
Ahmadinejad criticou os que defendem as sanções econômicas contra o Irã por desconfiar que o programa nuclear do país desenvolva armas atômicas. A campanha é liderada pelos Estados Unidos, mas conta com o apoio da França, da Alemanha, da Inglaterra, da Rússia e da China.
“Se eles [os líderes dos países que defendem as sanções] buscam encontrar pretextos para prosseguir com a hostilidade, todas as portas serão fechadas para eles. O presidente dos Estados Unidos deverá exercer uma vigilância com sucesso para desempenhar seu papel humanitário para as gerações futuras. A Declaração de Teerã será uma oportunidade de ouro para este fim”, disse o presidente do Irã.
Edição: Talita Cavalcante