Serra chama Ahmadinejad de ditador e diz que crescimento de Dilma nas pesquisas era esperado

25/05/2010 - 18h41

Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A intermediação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na questão nuclear do Irã foi classificada hoje (25) pelo pré-candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, como "uma boa intenção". No entanto, ele se mostrou cético quanto ao cumprimento do acordo pelo presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad. Serra classificou Ahmadinejad como um ditador “dos anos 30", comparando-o a Adolf Hitler e Josef Stalin. Serra disse que torce para que o acordo dê certo e fez questão de frisar aos jornalistas que no Irã não há liberdade de expressão.

As declarações do pré-candidato tucano foram feitas após o debate com empresários na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em Brasília, que também contou com a participação das pré-candidatas do PT, Dilma Rousseff, e do PV, Marina Silva.

Serra se mostrou tranquilo em relação à composição da chapa para a campanha presidencial. Ele negou que esteja fazendo qualquer pressão para que o ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves aceite ser o candidato a vice-presidente.

Sobre as últimas pesquisas eleitorais, que mostram o crescimento da candidatura de Dilma Rousseff, Serra disse que essa situação já era esperada pelo seu partido.

José Serra também fez críticas ao governo do presidente Lula. Disse aos líderes empresariais que participaram do evento da CNI que o governo prometeu investir R$ 54 bilhões no ano passado, mas o investimento não passou de R$ 15 bilhões nos valores empenhados. Segundo o pré-candidato, mais de R$ 30 bilhões foram rolados como restos a pagar. Garantiu que em São Paulo, estado que governou até o fim de março, apenas 20% do que foi planejado para investimento foram rolados como restos a pagar. Para Serra, estados e municípios investem muito mais do que o governo federal.

Edição: Vinicius Doria