Douglas Corrêa
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O presidente da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST) no Rio, Sebastião José, disse que a principal luta dos trabalhadores no estado é contra a sonegação de emprego. Representantes da central sindical, criada em 2005 e presente em 22 estados, participam da festa do Dia do Trabalho na Quinta da Boa Vista, que reúne mais de 10 mil pessoas.
O líder sindical afirmou que aproveitando o mês de maio, a Nova Central está levantando uma bandeira para a criação de emprego. Segundo ele, somente no estado do Rio devem estar sendo sonegados no mínimo 500 mil postos de trabalho e qualquer cidadão não terá dificuldade em detectar áreas em que faltam trabalhadores, como é o caso dos “supermercados, bancos e praças de pedágio nas estradas, onde há filas enormes e vários boxes fechados”.
Sebastião José lembrou que nos bancos, o setor econômico que mais lucra no Brasil, “você fica 40 minutos para ser atendido e só encontra metade dos caixas funcionando. O mesmo acontece com os supermercados, onde a pessoa perde um tempo enorme na fila para passar o carrinho”.
O líder sindical disse que a campanha contra a sonegação de empregos no estado tem por finalidade obrigar esses setores a abrir vagas, porque “a economia já gerou esses empregos e eles estão lucrando em cima da sociedade”.
Segundo ele, o serviço público no setor de educação também deixa de gerar postos de trabalho quando não contrata professores para trabalhar nas redes estadual e municipal, deixando milhares de estudantes durante quase todo o ano letivo sem aula em determinadas matérias.
Para Sebastião José, o setor da construção civil é o que gera maior número de empregos no estado, sendo 120 mil postos de trabalho somente no município do Rio.
Isso, no entanto, não enche os olhos do pedreiro Jorge Carlos dos Santos, morador de Honório Gurgel, subúrbio da cidade, que aproveitou para passar o Dia do Trabalho na Quinta da Boa Vista, com a mulher e quatro filhos menores. Ele disse que trabalha sem carteira assinada há mais de 20 anos, e que o salário na sua categoria é “muito fraco, muito pequeno e não dá para sustentar uma família com dignidade".
Edição: Graça Adjuto