Iolando Lourenço

Repórter da Agência Brasil

Brasília - O relator da Medida Provisória (MP) 475, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), que também é líder do governo na Câmara, leu na noite de hoje (28) o parecer à MP que trata do reajuste das aposentadorias de quem ganha acima de um salário mínimo. No parecer, Vaccarezza propõe um reajuste de 7 % retroativo a 1º de janeiro deste ano.

Segundo Vaccarezza, não há como conceder um reajuste maior do que os 7 %. “Nosso objetivo é garantir um aumento consistente para os aposentados. Foi com esse principio que definimos um reajuste de 6,14 % para um reajuste que seria de 3,45 %”.

O relator disse ainda que, a partir do índice de 6,14 constante da MP e das negociações, foi feita uma discussão ampla com o governo e “chegamos a conclusão junto com a área econômica que o governo poderia gastar mais R$ 1 bilhão para acertar o salário dos aposentados, e foi por isso que chegamos a 7 %”.

Embora o reajuste de 7 %, retroativo a 1º de janeiro, seja o máximo aceito pelo governo, de acordo com Vaccarezza, os líderes de partidos da base governista na Câmara e no Senado insistem em um reajuste de 7,71 %.

No entanto, os líderes da base governista na Câmara disseram que não votarão o reajuste até que a base no Senado feche questão em torno de um único índice. “Não faremos mais o papel de votar com responsabilidade e depois mudar uma decisão do Senado, que passa por bondoso”, disse o líder do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves (RN).

A votação do reajuste dos aposentados que recebem mais de um salário mínimo foi adiada para a próxima semana, conforme acordo firmado pelos líderes partidários. Pelo acordo, apenas a leitura do parecer do relator foi realizada na noite de hoje.

Inicialmente, os deputados rejeitaram por 214 votos a 128, um requerimento da liderança do governo que pretendia retirar da pauta de votações de hoje a MP. A tentativa de retirar da pauta, segundo líderes governistas, é para continuar as negociações em busca de um acordo sobre o percentual de reajuste a ser concedido aos aposentados.

Edição: Aécio Amado