Luiz Antônio Alves, Renata Giraldi e Yara Aquino
Repórteres da Agência Brasil
Brasília – À espera da aprovação do ingresso da Venezuela como membro permanente do Mercosul pelo Congresso do Paraguai, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, evitou hoje (28) criticar a demora na discussão do tema pelos paraguaios. Para Chávez, são fundamentais a unidade e o fortalecimento das parcerias na América Latina. “Agora estamos à espera do tempo político do Paraguai”, disse ele, referindo-se ao fato de não haver previsão para a votação do assunto no parlamento paraguaio.
Dirigindo-se ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Chávez elogiou os esfoços do Brasil para fortalecer o Mercosul. “Se não fosse você, Lula, ter chegado à Presidência da República do Brasil, hoje o Mercosul estaria pulverizado”, disse o presidente venezuelano, que passou o dia em Brasília. Ele assinou 21 acordos de cooperação entre Venezuela e Brasil. Em seguida, Chávez e Lula almoçaram no Palácio do Itamaraty. “É como se o Mercosul fosse relançado, aí entra a Venezuela”, afirmou Chávez. Para ele, a aprovação da Venezuela como membro permanente do bloco econômico é essencial. “É absolutamente necessário, para a integração da América Latina, a aprovação da Venezuela no Mercosul.”
Depois de adiamentos e polêmicas, o Senado Federal (do Brasil) aprovou, em dezembro do ano passado, o protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul. A votação foi apertada – 35 votos favoráveis e 27 contrários – e envolveu discussões acaloradas entre oposição e governistas. Para a oposição, a presença da Venezuela poderia representar uma ameaça aos acordos do Mercosul com governos que não são simpáticos ao líder venezuelano.
No Paraguai, a situação é diferente. O presidente paraguaio, Fernando Lugo, adiou por tempo indeterminado a discussão sobre o assunto no parlamento. Segundo analistas políticos, a iniciativa dele foi provocada pela possibilidade de o protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul ser rejeitado pela maioria dos congressistas, o que inviabilizaria as pretensões venezuelanas de integrar o bloco econômico.
Edição: Vinicius Doria