Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – A 9ª Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade (Reatech-2010) mostrou que não é tão caro criar condições para que um paraplégico ou um tetraplégico possa, por exemplo, dirigir um carro e aumentar as chances de locomover-se com mais independência.
Com apenas R$ 1 mil é possível fazer as adaptações tecnológicas necessárias para corrigir tais limitações, diz Carlos Cavenaghi, um dos expositores da 9ª Reatech 2010, que começou quinta-feira (15) e termina daqui a pouco, Centro de Exposições Imigrantes.
Prestador de serviços de uma das montadoras presentes na feira, Cavenaghi é diretor técnico de uma empresa que tem seu nome. Segundo ele, atualmente existem soluções, das mais simples às mais sofisticadas, para superar esse tipo de limitação. Ele apontou também as facilidades de pagamento a prazo, que contribuem para que um maior número de interessados tenha acesso aos serviços.
No caso de pessoas impossibilitadas de pisar no pedal de embreagem para as mudanças de marcha ou que não conseguem pôr o pé no freio ou no acelerador, por exemplo, uma alavanca é adaptada ao lado do volante para que se possa colocar o carro em movimento ou para pará-lo. Para reduzir a dificuldade de entrar ou sair do carro, há ainda um sistema que gira o assento para fora.
O servidor público José Roberto Vieira, de 31 anos, coordenador do Programa de Apoio às Pessoas com Necessidades Especiais na Universidade de Brasília (UnB), foi à feira para conhecer as novidades desse segmento. Vítima de paralisia infantil, ele percorreu a feira em uma cadeira de rodas, acompanhado por colegas. Ele disse que seu objetivo é tentar inserir os novos recursos na UnB para ajudar quem precisa dessas adaptações.
A Reatech, que reuniu 230 expositores, mostrou também os últimos lançamentos de cadeiras de rodas motorizadas e fez demonstração de meios que permitem a um cadeirante atender o telefone, abrir e fechar portas ou desligar a luz de casa, precisando apenas de acionar os botões de uma central eletrônica com até 24 opções de controle.
Também chamaram a atenção na feira os estandes destinados à pet terapia e à equoterapia, indicadas para estimular a aprendizagem, a compreensão, a memorização, o equilíbrio e a concentração.
Segundos os organizadores, o número de visitantes e o volume de negócios da da 9ª Reatech superaram os do ano passado. Passaram pela feira 45 mil pessoas e foram fechados R$ 590 milhões em negócios, contra R$ 550 milhões no ano passado.
Edição: Nádia Franco