Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Um grupo de cerca de 5 mil pessoas está acampado próximo a 70 fazendas do oeste do estado de São Paulo para reivindicar a aceleração do processo de assentamentos na região.
Os sem terra estão acampados desde o início do carnaval e só sairão da região depois de serem recebidos pela direção do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). A Secretaria de Segurança Pública do estado não confirmou o número de pessoas envolvidas na manifestação.
Segundo o líder do grupo, José Rainha, os manifestantes continuarão com o protesto até serem recebidos por representantes do governo federal. “Nós pretendemos nesse momento buscar o canal de negociação para que o Incra de Brasília agilize o processo para vistoria nas áreas e avance no processo de desapropriação”.
De acordo com Rainha, as propriedades visadas pelo movimento são improdutivas ou estão em terras públicas. No entanto, ele descartou a invasão das fazendas, caso o grupo não seja recebido pelo governo. “Não é o único instrumento para pressionar o governo. A ocupação é um deles e nós optamos por essa outra metodologia. Chamar a atenção da opinião pública e denunciar a realidade que nós estamos vivendo com pressão em frente às fazendas”.
Rainha diz que seu grupo integra o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), apesar de a coordenação nacional do movimento negar que o líder faça parte de seus quadros. “O MST não é um movimento que tem carteirinha para pertencer, é um movimento social, movimento de massa. Não tem filiação. Eu fundei o MST, sou fundador, nunca sai”.
Os sem terra do grupo de Rainha são em sua maioria ex-cortadores de cana que perderam o emprego com a mecanização da atividade. “Eu diria que 80% do pessoal são os assalariados rurais, desempregados”.