Advogados ainda não informaram Arruda sobre a abertura de processos de impeachment

18/02/2010 - 21h15



Alex Rodrigues

Repórter da Agência Brasil

Brasília - Até a noite de hoje (18), a defesa do governador licenciado José Roberto Arruda (sem partido) ainda não havia lhe informado sobre a decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Legislativa do Distrito Federal de aceitar os quatro pedidos de impeachment de Arruda.

Segundo o advogado Nélio Machado, um dos quatro defensores de Arruda, esse assunto será tratado diretamente por seu colega, José Eduardo Alckimin, responsável por cuidar do tema e que não pôde se reunir com o governador devido a outros compromissos.

Após uma visita que durou pouco mais de meia hora, Machado deixou a Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, dizendo também não ter informado ao governador detalhes da decisão do governador interino, Paulo Octávio (DEM) de permanecer à frente do governo do local.

“Não falamos sobre impeachment, mas com relação [a Paulo Octávio] eu apenas mencionei que hoje houve um esboço de renúncia que não se confirmou. Ele ouviu e não disse nada”, afirmou o advogado, garantindo que Arruda está abatido e bem mais magro do que quando foi preso em caráter preventivo, no último dia 11.

“Ele está magro, mas firme, acreditando no nosso trabalho e na justiça, esperando com ansiedade natural pelo julgamento que deve ocorrer na semana que vem. Ele acredita efetivamente na possibilidade de que quando for ouvido, a verdade vai surgir e ele volte a sua vida normal”, afirmou o advogado.

Como nos dias anteriores, pela manhã, um médico da própria PF mediu a pressão do governador, que não tem qualquer problema de saúde.

Desde que se apresentou à PF, após ter sua prisão preventiva decretada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), o governador permanece na mesma sala, de cerca de 40 metros quadrados. Segundo Machado, dois policiais permanecem no interior da sala todo o tempo e o governador não tem sequer autorização para fechar a porta ao usar o banheiro.

“Ele não tem nenhuma privacidade. Até o meu contato com ele, que, pela lei, teria que ser pessoal e reservado, ocorre na presença permanente desses dois policiais”, queixou-se o advogado, refutando a hipótese de Arruda ser transferido para outro local. “Não há nenhuma razão para isso. De acordo com as leis do país ele tem direito a sala de Estado maior. É um preso provisório e não definitivo.”