Lísia Gusmão
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Fernando Gonçalvespediu à Corte Especial, reunida neste momento em caráter extraordinário,que seja mantida sua decisão de decretar a prisão preventiva dogovernador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), e demais cinco pessoas envolvidas na tentativa de suborno do jornalistaEdmilson Edson dos Santos, conhecido como Edson Sombra, testemunha do esquema de corrupção que atinge o GDF,empresários e deputados distritais. O pedido, feito pelaProcuradoria-Geral da República, foi acolhido pelo ministro FernandoGonçalves, relator do inquérito, que taxou de “organização criminosa” ogrupo controlado por Arruda. A decisão do ministro está sendo submetidaà Corte Especial do STJ em sessão extraordinária.“O grupo criminoso está apagandoos vestígios de sua atuação criminosa. Também atua no controle dosdeputados da Câmara Legislativa. A organização criminosa instaladacontinua valendo do poder econômico e político para atrapalhar asinvestigações e garantir a impunidade”, defendeu o ministro. Além do governadorArruda, o ministro também aceitou os pedidos de prisão preventiva doex-secretário de Comunicação do GDF Wellington Moraes, do ex-diretor daCompanhia Energética de Brasília (CEB) Haroaldo Brasil de Carvalho, dodeputado distrital Geraldo Naves (DEM), do sobrinho e secretárioparticular do governador, Rodrigo Arantes, e do conselheiro fiscal doMetrô do DF, Antonio Bento, preso em flagrante pela PF após entregar R$200 mil ao jornalista Edson Sombra.Asinvestigações da PF apontam que todos foram intermediários dogovernador Arruda na tentativa de suborno. O deputado distrital GeraldoNaves foi o mensageiro de um bilhete escrito pelo governador paraSombra, o que, para o ministro Fernando Gonçalves, confirma aparticipação de Arruda no caso. “O bilhete é uma das provas damaterialidade da participação do governador Arruda no crime”, disse àCorte Especial do STJ. Já Rodrigo Arantes, segundo asinvestigações, seria o responsável por repassar o dinheiro do suborno aAntonio Bento, que o entregaria ao jornalista Edson Sombra, amigo doex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa, autor dasdenúncias. Sombra deveria desqualificar os vídeos que sustentam asdenúncias que levaram a Polícia Federal a deflagrar a Operação Caixa dePandora, em novembro de 2009.