Homens pedem, no carnaval de Recife, o fim da violência contra a mulher

10/02/2010 - 23h17

Da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Instituto Papai e aRede de Homens pela Equidade de Gênero vão levar para o carnaval deRecife o Bloco da Campanha do Laço Branco. O grupo sairá às ruashoje (11), junto com o bloco carnavalesco Nem com uma Flor. A ideia éaproveitar o período de festa para conscientizar a população emrelação ao problema da violência contra a mulher.O grupo procuraalertar, também, para o risco de aumento de agressões contramulheres nesta época do ano, por conta de fatores como usoexcessivo de bebida alcoólica. Serão distribuídas fitas dacampanha e leques com a inscrição de trechos da Lei Maria da Penha,que tornou mais severas as penas para os autores de violênciadoméstica, além de folders informativos. Ementrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional,o coordenador da campanha, Ricardo Castro, disse que protestar nasruas, em clima de carnaval, é uma maneira de não esquecer que oquadro de violência ainda faz parte da vida de muitasmulheres.“Nós, como homens, não podemos ser omissos emrelação a qualquer tipo de agressão contra a mulher. O silênciodo homem pode gerar um ato de cumplicidade à violência contra amulher.”Segundo o coordenador, além de Recife, amobilização durante o carnaval é feita em Olinda (PE) há oitoanos e visa a sensibilizar, envolver e mobilizar os homens noengajamento pelo fim da violência contra a mulher. Acampanha Laço Branco existe há 20 anos, no âmbito mundial, comfoco no público masculino e em parceria com institutos eorganizações não governamentais feministas. A campanha foi criadaem repúdio a um ato machista de Marc Lelipe, um rapaz de 25 anos queinvadiu uma sala de aula na cidade de Montreal, no Canadá. Eleexigiu que os 48 homens que estavam na sala deixassem o local, permanecendo apenas 14 mulheres. Acusadas pelo rapaz de feministas,elas foram assassinadas à queima roupa. No Brasil, asprimeiras iniciativas da campanha Laço Branco foram desenhadas em1999 e colocadas em prática em 2001, a partir da distribuição dematerial informativo, em parceria com organizações feministas.