Demora nas obras atrasa recuperação da Rio-Santos

11/02/2010 - 12h44

Cristiane Ribeiro
Enviada especial
Angra dos Reis (RJ) - O Departamento Nacional deInfraestrutura de Transportes (Dnit) garantiu que mantém homens emáquinas trabalhando na rodovia Rio-Santos (BR 101) para evitarnovos deslizamentos de terra e pedra como os que ocorreram na viradade 2009 para 2010, principalmente no trecho de Angra dos Reis eParaty, no sul do estado do Rio de Janeiro.No entanto, quem passa pela rodovia pode constatar que há homenstrabalhando apenas em dois dos quase 30 pontos da mata onde a terracedeu com a força da chuva. O acesso a Angra pela rodovia serámuito lento com o aumento do tráfego esperado para o carnaval.Osdois canteiros de obras estão montados nos quilômetros 476, onde aspedras e a terra chegaram a passar para o outro lado da pista,prejudicando a passagem de veículos, e 477, na entrada da cidade,onde a queda de uma barreira abriu um buraco na pista e, depois demais de um mês, o tráfego continua no esquema “pare e siga”,provocando engarrafamentos de até 45 minutos.Osuperintendente do Dnit no Rio de Janeiro, Marcelo Cotrin, reconheceuque o trabalho é demorado, porque, antes da remoção das pedras eda terra, é necessário fazer estudos de topografia e sondagem naregião afetada. Ele enfatizou, no entanto, que o dinheiro necessáriopara as obras, está liberado.“Temos uma dotaçãoorçamentária para obras de emergência de R$ 45 milhões e estaverba é automaticamente liberada nestas situações. Porém, épreciso um estudo detalhado antes de iniciar as obras de fato. Nossosengenheiros e técnicos já concluíram esta primeira fase e agoraestão trabalhando nos pontos mais danificados”.Cotrin explicou,ainda, que no Km 477, o Dnit está fazendo um muro de concretoembaixo da estrada e que o trabalho deve durar mais 90 dias, quandoentão a estrada poderá ser totalmente liberada ao tráfego. Segundoele, no Km 476 os homens estão trabalhando na encosta, além deremover as pedras que ainda estão no acostamento da estrada.Nosoutros pontos onde houve deslizamento, as máquinas do Dnit apenasdesobstruíram a estrada, empurrando o entulho para o acostamento. Hácrateras de grande, médio e pequeno portes. Nas maiores, pode-se verque a força da água arrancou árvores centenárias e desprendeuenormes pedras.Sem querer se identificar, um motorista daViação Costa Verde, que faz diariamente o trajeto Rio-Angra,demonstrou preocupação com a situação da estrada. “Eles [Dnit]só empurraram a terra e as pedras para o acostamento. Se chover denovo isso tudo vai descer para a pista e quem estiver passando nahora vai sofrer. Só tem homens trabalhando na entrada de Angra e umquilômetro antes [476]. Assim mesmo, eles trabalham muito devagar”.