Rio monta plano de emergência para evitar tragédias provocadas pelas chuvas de verão

03/02/2010 - 16h22

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Núcleo de Análise eDiagnóstico de Escorregamentos do Serviço Geológico do Estado doRio de Janeiro (DRM-RJ) voltará a fazer em março um trabalhopreventivo sobre situações de risco de deslizamentos de terra nosmunicípios fluminenses. No momento, o órgão, vinculado àSecretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico do Rio de Janeiro(Sedeis), está operando o plano de emergência, que se estenderáaté o fim do verão.Geólogosdo núcleo efetuam vistorias para detectar as áreas de risco nointerior do estado, visando a prevenir desastres naturais. “É umatendimento de curto prazo, preocupado com as últimas ocorrências,no sentido de orientar as prefeituras quais são as casas queprecisam ser interditadas, elaborar os relatórios técnicos para darconsistência a esse trabalho de interdição e, eventualmente, atédemolição, e quais são as medidas de curto prazo que podem sertomadas”, disse hoje (3) à Agência Brasil o coordenador doórgão, geólogo Cláudio Amaral.Entre as medidas estão aretirada de aterro e de lixo e a demarcação de áreas para evitar oretorno de populações a locais de risco. A partir de março, aequipe do DRM-RJ voltará a percorrer as áreas afetadas.

Desde novembro do anopassado, o núcleo do DRM-RJ alertou o governo fluminense que asituação era “extremamente preocupante” em todo o estado,sobretudo na região serrana, na Baixada Fluminense por causa daocupação desordenada, e no Vale do Paraíba. O atendimento àsprefeituras começou a ser feito a partir de junho de 2009.

“No relatório feito emnovembro, ficou muito claro que nós temos um passivo bastantesignificativo no estado. Um passivo significa uma situação de altorisco em que a gente não pode eliminar nenhuma área do estado”,disse.

Odiagnóstico de risco de deslizamentos de terra foi confirmado navirada do ano com as chuvas registradas em Angra dos Reis, no litoralsul do estado, onde morreram mais de 50 pessoas. Cláudio Amaralesclareceu que embora faça parte da faixa litorânea, sob o ponto devista do relevo a cidade de Angra é enquadrada na região serrana.

Ogeólogo afirmou que os municípios do Vale do Paraíba são menospreocupantes do que os de Petrópolis, Teresópolis, Friburgo, Angrae Mangaratiba,” mas são também áreas problemáticas”. Aorientação técnica dada pelo órgão é que as prefeituras têmque se capacitar minimamente para enfrentar os desafios queapresentam, por meio da constituição de um grupo de técnicos quepossam atuar em momentos de emergência.

Asadministrações municipais devem elaborar também um mapa com adistribuição das últimas ocorrências. Amaral recomendou ainda queas prefeituras façam um sobrevoo de helicóptero para tirarfotografias que possam embasar os laudos técnicos que vão indicaras casas que precisam ser interditadas ou demolidas.