ONG cobra de Uribe ações mais eficientes contra grupos criminosos da Colômbia

03/02/2010 - 16h59

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A organização nãogovernamental (ONG) Human Rights Watch cobrou hoje (3) do presidenteda Colômbia, Álvaro Uribe, medidas mais eficientes para conter asações de grupos paramilitares no país. Segundo a ONG, que nãocita nominalmente as Forças Armadas Revolucionárias Colombianas(Farc), as providências em execução são insuficientes para inibiras ações. A Human Rights Watch chama a atenção também para a suspeita de cumplicidade entrefuncionários do governo e líderes dos grupos paramilitares.“Ogoverno Uribe não conseguiu tratar a ascensão dos grupos com adevida atenção que a gravidade do problema requer”, afirma odiretor das Américas da Human Rights Watch, José Miguel Vivanco. “Ogoverno tem tomado algumas medidas para enfrentá-los, mas nãoconseguiu fazer um esforço sustentado e significativo para protegeros civis e investigar as redes desses grupos criminosos. [Háainda] os cúmplices”. Em um relatório de 122 páginas,denominado Herdeiros: A Nova Face da Violência na Colômbia,a ONG diz que tais grupos comentem violência e abusos de formageneralizada. No documento, a entidade manifesta preocupação com oque chama de tolerância de funcionários do governo no tratamentodas atividades destes grupos. Magistrados e policiais ouvidos pelaorganização reclamaram de uma suposta cumplicidade.Para aHuman Rights Watch, algumas medidas adotadas pelo governo Uribe, semos efeitos esperados, ocorreram no período de 2003 a 2006. De acordocom a organização, os fracassos teriam sido provocados porexecuções inadequadas por parte do governo no que se refere àdesmobilização das redes criminosas. “São gruposcriminosos, os paramilitares, as gangues e outros. Isso provocaimpacto sobre os direitos humanos na Colômbia e não deve serminimizado”, afirmou Vivanco. “Como os paramilitares, essesgrupos cometem atrocidades terríveis e precisam ter suas açõesinterrompidas.” Para a elaboração do relatório,integrantes da organização passaram dois anos na Colômbia empesquisas de campo. Segundo o documento, as áreas que inspiramcuidados são a cidade de Medellín, na região de Urabá, estado deChocó, e os estados de Meta e Nariño. Com base em dados daPolícia Nacional da Colômbia, a entidade diz que os gruposparamilitares reúnem mais de 4 mil pessoas, que se dividem em 24 dos32 departamentos colombianos. Pelas informações oficiais, apenas emMedellín, a taxa de homicídios praticamente dobrou, quandocomparados os números de 2008 com 2009.