Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governo brasileiro conclui, até sexta-feira (5), a troca de todo o efetivo militar que está no Haiti, segundo o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Jorge Armando Félix, coordenador do gabinete de crise instalado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva um dia após o terremoto ocorrido no país em 12 de janeiro. Hoje (3), o general e outros integrantes desse gabinete fizeram um balanço das ações empreendidas no Haiti nos últimos 20 dias. Apesar de já estar prevista no calendário da força brasileira que serve no país, Félix considerou que a troca do efetivo de 1.266 homens, neste momento, “é benéfico” porque os novos militares enviados não passaram pelo trauma causado pelo terremoto. “Na visão daqueles que estavam no comando do batalhão brasileiro no Haiti, talvez isso seja até muito benéfico porque são pessoas que não sofreram aquele impacto inicial de verem os colegas morrerem, serem feridos e não presenciaram aquele impacto que para nós é absolutamente estranho.”Além da troca, o governo enviará um reforço imediato de outros 900 militares, já autorizados pelo Congresso Nacional e as Nações Unidas (ONU), que atuarão na segurança do país e em ações de ajuda humanitária. O almirante Paulo Zúccaro, integrante do gabinete de crise, destacou que o reforço da tropa dará mobilidade ao general Floriano Peixoto, comandante brasileiro da Missão das Nações Unidas para Estabilização no Haiti (Minustah).No balanço das ações, Jorge Félix ressaltou que a Força Aérea Brasileira (FAB) já fez 60 voos nos últimos 20 dias para levar pessoal e ajuda humanitária aos haitianos durante a fase de socorro imediato ao país. Além disso, o navio Almirante Saboya deve chegar no dia 17 a Porto Príncipe. Na segunda quinzena de fevereiro, parte outro navio brasileiro para aquele país.Também já foram entregues aos haitianos, pelo Brasil, 225 toneladas de medicamentos e 220 toneladas de alimentos, além de água. Até o momento, o hospital de campanha instalado pelos brasileiros em janeiro já realizou 3.059 atendimentos e 90 cirurgias de médio e grande porte, o que dá uma média de seis intervenções por dia.