Importações batem recorde em janeiro estimuladas pelo dólar barato e compra de máquinas

01/02/2010 - 17h15

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Estimuladas pelo dólar barato e pelos investimentos em máquinas usadas na produção, as importações bateram recorde em janeiro.Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,a média diária das compras externas no mês passado somou US$ 561milhões, o maior valor registrado para o primeiro mês do ano.Segundoo ministério, a média diária é mais adequada para comparar o volume decomércio exterior entre os meses porque exclui variações provocadas pordiferenças no número de feriados e fins de semana. Se for levado emconsideração o valor absoluto, as importações em janeiro somaram US$ 11,471 bilhões, menos que os US$ 12,355 bilhões obtidos no mesmo mês de 2008.Osecretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento,Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral, afirmou que a alta nasimportações não preocupa o governo brasileiro, por enquanto. Issoporque cerca de 70% das compras externas são de bens de capital ematérias-primas que são aplicadas na produção interna.Barraladmitiu que o dólar influencia as importações, mas considerou oestímulo às exportações mais importante que as restrições às comprasexternas. “O dólar está baixo, mas ainda não observamos uma explosãonas importações, a não ser em itens específicos. A preocupação é comcompetitividade dos produtos brasileiros no exterior. Não com o efeitodessas importações sobre a economia brasileira”, destacou.Naavaliação do secretário, a recuperação da economia brasileira tambémestá aumentando a demanda por produtos do exterior. “O aumento dasimportações não se deve somente ao câmbio. Também se deve aocrescimento da economia, que gera maior consumo pela população. OBrasil está cada vez mais um destino prioritário em todo mundo”, disse.Barralvoltou a afirmar que o governo prepara medidas de estímulo àsexportações, como a redução de impostos, a diminuição da burocracia e aagilidade na liberação de crédito. Ele confirmou que, entre as açõesestudadas, está a ampliação do drawback – mecanismo de isenção deimpostos para mercadorias produzidas para serem vendidas no mercadoexterno. O secretário, no entanto, não informou quando alguma medidaserá anunciada.“Não há operações simples em comércio exterior.Temos dezenas de tarefas a serem feitas. Várias reuniões com opresidente [Luiz Inácio Lula da Silva] estão sendo feitas para saber oque pode ser ampliado rapidamente”, afirmou Barral.