Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro das RelaçõesExteriores, Celso Amorim, abre amanhã (2), em Paris, o seminárioDesarmamento Nuclear Global Zero. Em seu discurso, Amorimdeverá mencionar a experiência brasileira que se baseia no estímuloe desenvolvimento de pesquisas na área nuclear, mas veta toda equalquer experiência para fins militares. Os debates ocorrem nomomento que o Irã é alvo de críticas de parte da comunidadeinternacional.O governo do presidente do Irã, MahmoudAhmadinejad, é suspeito, segundo autoridades internacionais, deproduzir urânio enriquecido para fins militares. Há denúnciassobre a existência de usinas destinadas à fabricação dearmamentos. O iraniano nega as acusações. Ao visitar o Brasil, em novembro, Ahmadinejad recebeu apoio dopresidente Luiz Inácio Lula da Silva para manter as pesquisasreferentes ao Programa Nuclear Iraniano. O presidente brasileiroreiterou, no entanto, que as pesquisas devem ter fins pacíficos. Deacordo com Lula, uma de suas metas era colaborar com no diálogo doiraniano com a comunidade internacional.As discussões, emParis, ocorrem a 90 dias da Conferência de Revisão do Tratado deNão Proliferação (TNP) de armas nucleares, que será realizada emNova York.Assinado em 1968, o TNP tem apoio de 137 países,incluindo o Brasil. O objetivo é reunir esforços para evitar o usoda produção nuclear para fins militares e buscar meios de suaaplicação pacífica. O trabalho de fiscalização érealizado pela Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), comsede em Viena. Os integrantes da Aiea se reúnem pelo menos cincovezes por ano para analisar assuntos da área.