Linha de crédito vai beneficiar micro e pequenos empresários ligados ao turismo

23/01/2010 - 15h04

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Alinha de crédito no valor de R$ 1 bilhão, lançada pelo Ministério doTurismo em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico eSocial (BNDES) para expandir e aprimorar a capacidade hoteleira do paísdurante a Copa do Mundo de 2014, vai beneficiar em grande parte os microe pequenos empresários ligados ao setor.Segundo estimativa docoordenador nacional da carteira de projetos de turismo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae),Dival Schmidt, de 65% a 70% dos meios de hospedagem brasileiroscorrespondem a negócios desse porte. Ao todo, o Ministério do Turismoestima que existam 28 mil estabelecimentos do tipo, entre hotéis,pousadas, albergues, resorts e flats.A iniciativa, denominadaProCopa, faz parte de um pacote de ações do governo federal lançado naúltima semana em Brasília para o evento esportivo, mas aapresentação formal ao setor está marcada para a semana que vem, no Riode Janeiro.“Oimpacto dessa medida vai ser muito positivo entre os micro e pequenosnegócios porque acelera o processo de modernização, melhoria eampliação da rede. Vai ser uma oportunidade única porque a linha decrédito vai ser adequada ao nível de maturidade dos negócios, comcondições de custo coerentes com a rentabilidade que eles geram”,avaliou Schmidt, acrescentando que, pela primeira vez na história das copas, a Federação Internacional de Futebol (Fifa) aprovou para oevento deste ano, na África do Sul, pousadas consideradas não hotéispara atender ao público. Essa decisão também vai vigorar no Brasil em2014.De acordo com o Ministério do Turismo, os recursos doProCopa poderão ser utilizados para reformar, ampliar e construir novoshotéis no país. As taxas de juros são de 6,9% para compra de máquinas eequipamentos nacionais. Para outros itens, variam de 6,9% a 8,8%,dependendo da categoria. Os prazos de pagamento em operações destinadasa reforma variam entre oito e 12 anos; já para a construção de novosempreendimentos, entre 12 e 18 anos.O diretor de InclusãoSocial e de Crédito do BNDES, Élvio Gaspar, explicou que além deoferecer prazos mais longos e custos mais atrativos, o banco vaiobservar componentes ambientais dos projetos apresentados, como uso deágua e de energia, para definir as condições do empréstimo. “Quanto maior a utilização de métodos e sistemas ambientalmente sustentáveis, melhores serão as condições”, disse.Deacordo com critérios internacionais, empreendimentos do setor dehotelaria de pequeno porte são aqueles com até 50 unidades dehospedagem ou apartamentos.É o caso das residênciascadastradas na rede Cama e Café, que oferece hospedagem em casasdomiciliares, especialmente no bairro de Santa Tereza, zona sul do Rio.Para Carlos Magno, gerente de Relacionamento do empreendimento,recursos específicos podem estimular o setor, que tem grandeexpectativa em relação à realização não apenas da Copa do Mundo, mastambém das Olimpíadas de 2016.“As expectativas são tão boas quecom a estrutura que temos atualmente não será possível atender a toda ademanda. No caso da hospedagem domiciliar, muita gente já está semobilizando para garantir uma estrutura melhor, com a aquisição dear-condicionado, pintura de fachadas e compra de itens que causamdiferencial na residência. Tudo isso certamente agrega valor aonegócio”, disse.