Equipes de saúde do Brasil devem ficar no Haiti até o fim do ano

23/01/2010 - 8h49

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Com a destruição do sistema de saúde do Haiti por causa do terremoto que arrasou o país, as equipes brasileiras terãode ficar, pelo menos, até o final do ano no país caribenho para ajudarna reconstrução, segundo estimativa do coordenador de Urgência eEmergência do Ministério da Saúde, Clesio Castro, à Agência Brasil. Na última quinta-feira(21), o ministério comunicou o plano de cooperação para reestruturar arede de saúde dos haitianos que prevê a construção de dez unidadesde pronto-atendimento (UPAs), envio de 50 ambulâncias do Serviço deAtendimento Móvel de Urgência (Samu) e de equipes do Programa Saúde daFamília, totalizando desembolso de R$ 135 milhões, que serão liberadospor medida provisória. Em um primeiro momento, a prioridade ésocorrer os feridos no tremor. Estima-se que existam no mínimo 200 mil.Cada UPA tem capacidade de atender 450 pacientes por dia. As unidadessão equipadas, por exemplo, com consultórios de pediatria, ortopedia,laboratório clínico, salas de raio-x, gesso, sutura e nebulização. Amontagem será feita pelos militares no Haiti a partir de placaspré-fabricadas no Brasil. As ambulâncias terão aparelhos de terapia intensiva.Ocoordenador Clesio Castro disse que o auxílio brasileiro não resume-seaos atendimentos de emergência, mas colaborar no controle de doenças enormalização do atendimento médico aos haitianos, como a realização departos e dar continuidade a tratamentos interrompidos pelo caos causadopelo terremoto. “Não é apenas atender as vítimas do terremoto,mas estabelecer condições de atender toda a população haitiana. A gentenão tem uma noção precisa, mas até o final de 2010, o Brasil terá que ser muito atuante para ajudar o Haiti a reconstruir o sistema de saúde”, disse o coordenador à Agência Brasil.Asequipes do Saúde da Família – formada por médico, enfermeiro, auxiliarde enfermagem (um de cada) e até seis agentes comunitários – serãoresponsáveis pelos cuidados básicos à população. Uma média de30 profissionais deverá ser mobilizada por mês para execução do plano.Os 13 primeiros especialistas devem embarcar para o Haiti no dia 29deste mês. São servidores de hospitais federais do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul e ficarão por nove meses em um porta-aviões italiano que será transformado em hospital.Oministério informa que o cadastro de voluntários já tem mais de 3.500profissionais. Castro explica que um grupo maior ainda não foirecrutado por questões de segurança e falta de infra-estrutura detrabalho no Haiti.