Na crise, investimento estrangeiro direto no país diminuiu 42,41% em 2009

20/01/2010 - 16h52

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O investimento estrangeiro direto (IED) no setor produtivo somou US$25,949 bilhões no ano passado, 42,41% abaixo do recorde histórico deUS$ 45,06 bilhões contabilizados em 2008, como mostra o Relatório doSetor Externo, divulgado hoje (20) pelo chefe do Departamento Econômicodo Banco Central, Altamir Lopes.Ele considera, no entanto, quea entrada de investimento estrangeitro foi “bastante razoável”, considerando-se que o mundointeiro estava em crise. Altamir ressaltou que, com a melhorado cenário econômico, o BC trabalha com a expectativa de que o volume de recursos neste ano retorne ao patamar de 2008.O relatório do BC mostra também que o saldo de contacorrente (formado por balança comercial, serviços e transaçõesfinanceiras) foi negativo em US$ 24,334 bilhões (1,55% do PIB). Apesardisso, foi melhor que em 2008 quando o déficit fechou em US$ 28,192bilhões (1,72% do PIB).De acordo com Lopes, a redução éexplicada em parte pela crise financeira mundial, uma vez que houvemenores transferências de lucros e dividendos para o exterior. Asempresas estrangeiras instaladas no país lucraram menos em 2009, e asremessas de lucros caíram de US$ 25,2 bilhões, em 2008, para US$ 33,87bilhões, no ano passado.O economista do BC acredita, porém, quecom a retomada da atividade econômica e a projeção de maior crescimentonas importações que nas exportações, o Brasil deve registrar déficitrecorde de conta corrente externa neste ano – algo ao redor de US$ 40bilhões. Aí estão incluídas, também, as maiores remessas de juros e dividendos emais gastos com viagens ao exterior, por conta, principalmente, davalorização do câmbio.A conta de serviços em 2009 registrousaídas líquidas de US$ 19,3 bilhões, com crescimento de 15,4% nacomparação com 2008, e as viagens internacionais contribuíram comgastos de US$ 5,6 bilhões no ano. Outros itens como transportes,computação e royalties também ajudaram na formação do déficit, mas arubrica que pesou mais foi aluguel de equipamentos, com despesas de US$9,4 bilhões, que cresceram 20,3% em relação ao ano anterior.