Arcebispo do Rio celebra missa de sétimo dia de Zilda Arns

20/01/2010 - 10h39

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Cerca de 200 pessoas participaram hoje (20) da missa desétimo dia em homenagem à médica sanitarista Zilda Arns, fundadora daPastoral da Criança, que morreu no terremoto ocorrido no Haiti. Acerimônia foi conduzida pelo arcebispo do Rio de Janeiro, Dom OraniTempesta, na Paróquia Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, no centro dacidade.Durante a missa, que marcou a abertura da programaçãoreligiosa na cidade nesta quarta-feira, feriado de São Sebastião, o padroeiro do município, o arcebispo destacou a relevânciado trabalho desenvolvido por Zilda Arns e fez um apelo às paróquias para quecontinuem incentivando e capacitando pessoas para o trabalho voluntáriojunto a crianças e idosos. “O grande segredo das pastorais está naspessoas voluntárias”, acrescentou.Dom Orani Tempesta lembrou quemilhões de crianças do Brasil e de outros países foram beneficiadaspelo esforço da médica, que baseava seu trabalho na oferta de umaalimentação alternativa, na transmissão de orientações práticas àsfamílias, além do acompanhamento do desenvolvimento das crianças emsituação precária, por meio de pesagem e outras ações.O arcebispo doRio disse ter conhecido a sanitarista pessoalmente e a classificou como“uma mulher muito forte, corajosa, animada, sempre alegre e que secolocou disponível ao próximo”. Dom Orani Tempesta acredita que otrabalho das pastorais da Criança e do Idoso, ligadas à ConferênciaNacional de Bispos do Brasil (CNBB), vai continuar “ainda com maisfôlego”, porque ganhou mais destaque nacional e internacional apósa morte da médica.Emocionada, a voluntária da Pastoral daCriança Maria Luíza Ramos, que participou da missa, lamentou a morte deZilda Arns, mas disse que o exemplo que ela deixou vai continuarmovendo o trabalho com as crianças.“A morte dela foi umchoque, nós estamos paralisados, só que a vida continua e nós temos quecontinuar o trabalho dela. Só lamento não tê-la conhecido pessoalmente.Na prática, a gente vê o quanto o método que ela desenvolveu funcionapara o bem-estar de tantas crianças”, afirmou ela, que atua ao lado deoutras 20 voluntárias numa paróquia de Realengo, na zona oeste. O grupo presta assistência a cerca de 200 crianças por mês.Durantea cerimônia também foram lembradas as demais vítimas da tragédia noHaiti, além das pessoas que morreram em função dos deslizamentos emAngra dos Reis, no litoral sul fluminense, no réveillon.Aindacomo parte da programação religiosa pelo feriado de São Sebastião, DomOrani celebra nesta manhã missa solene na Paróquia de SãoSebastião, na Tijuca, zona norte. A tradicional procissão vai sair da igreja, às 15h, e segue em direção à Catedral Metropolitana, no centro, onde será encenado, ao final, o “Auto de São Sebastião”. Emseguida, o arcebispo celebra a última missa do dia na catedral.