Rio firma acordo para implantação do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo

19/01/2010 - 18h01

Luiz Augusto Gollo
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Secretaria do Ambiente do Rio de Janeiro assinou hoje (19) acordode cooperação técnica com a Caixa Econômica Federal paraimplantação do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo em vários pontosdo estado.O acordo prevê a criação de sete aterrossanitários para receber resíduos sólidos das cidades nas suasredondezas, dentro do Programa Lixão Zero, do governo estadual.Compareceram à solenidade, na Secretaria do Ambiente, representantesdas prefeituras de Mendes, Arraial do Cabo, Nilópolis, São João deMeriti e Mesquita.Cada uma dessas cidades se insere em umconsórcio intermunicipal para a construção do aterro sanitário.Mendes, por exemplo, está no grupo que inclui os municípios dePaulo de Frontin, Japeri, Queimados e Paracambi, onde seráconstruído o aterro da região. Os consórcios têm a participação,também, da Companhia de Águas do Estado (Cedae) e da FundaçãoNacional de Saúde (Funasa).O Lixão Zero prevê não só osaterros sanitários, como também a geração de energia limpa querenderá créditos de carbono que serão negociados no mercadointernacional por meio da Caixa Econômica, com o aval do terceiroparceiro no acordo, o Banco Mundial (Bird).“O Banco Mundialtem o compromisso de comprar os créditos, mas, mesmo que nãocompre, sua parceria conosco será um grande facilitador para anegociação internacional”, disse a superintendente da Caixa noestado, Nelma Tavares, que assinou o acordo com a secretária doAmbiente, Marilene Ramos.A venda de crédito de carbono é ummecanismo de compensação apresentado pelo Brasil na reunião queresultou no Protocolo de Quioto, no Japão, em 1997. Segundo ele, ospaíses que não atingem as metas de redução na emissão de CO2 naatmosfera adquirem créditos gerados por países que desenvolvemprojetos com redução de carbono.O Brasil é o terceiromaior vendedor de créditos, atrás da Índia e da China. O programabrasileiro, reunindo o governo fluminense, a Caixa e o Bird épioneiro no país e deverá servir de modelo para outro estados.Opropósito do governo estadual é tratar as 15 toneladas produzidasdiariamente no Rio de Janeiro, das quais mais da metade apenas nacapital. Marilene Ramos enfatizou que cada consórcio é um casoespecífico a ser examinado não apenas na quantidade de resíduosólido gerado, como também na quantificação de futuros créditosde carbono.Nelma Tavares destacou o entusiasmo da Caixa com aideia e adiantou que os primeiros créditos de carbono estarão nomercado ainda neste ano. Caso sua negociação renda ao longo dospróximos anos os euros que a Secretaria do Ambiente espera, MarileneRamos prevê a construção da usina de geração de energia a partirdo lixo para abastecer o parque industrial da região metropolitanado Rio de Janeiro, o que, segundo ela, seria a coroação de todo oprograma.