Emoção toma conta de visitantes do museu da ditadura chilena

19/01/2010 - 6h20

Renata Giraldi
Enviada Especial
Santiago (Chile) - Inaugurado há pouco mais de uma semana, o  Museu da Memória edos Direitos Humanos está lotado todos os dias. São chilenos,estrangeiros, idosos, jovens e até crianças que visitam o local. Emtodos, a emoção está presente. Cada um que observa os detalhes expostostem uma história a contar ou uma opinião a dar. Para todos, o resgatede parte da história política do Chile é fundamental.O diretordo Liceu do Instituto Histórico do Interior, da 5ª região do Chile, professor Fran Castro, e a mulher eram alguns dos mais emocionadosdurante a visita ao museu. Para ele, a instituição representa não sóuma homenagem às vítimas e suas famílias, mas também uma cobrançapermanente de respostas, além de um alerta constante para que atentadosà democracia não ocorram e a história seja respeitada.“Só sesabe o valor da democracia quando se perde. Recordar é fundamental paranão se esquecer o que passou. Isso vale para nós todos, adultos ejovens que não viveram a ditadura e apenas ouviram falar”, disse. Estudante universitário, Ulisses Fabián, de 20 anos, não escondia a emoção em cada área visitada do museu. Apesar de ter nascidodepois da ditadura, o universitário afirmou que o museu é essencial naformação cultural dos chilenos. “O museu é demasiado importante não sópara o nosso país, como também para o resto do mundo. É uma maneira deensinar a todos e passar cultura”, afirmou.A professora de direito do México e advogada Márcia Sánchez também se disseemocionada. Segundo ela, embora em seu país não tenha ocorrido um regime tão duro quanto o do Chile, a história da ditadura chilena estádiretamente ligada aos mexicanos. De acordo com a professora, muitos exilados foram viver no México. “Ao visitar o museu, percebo o que justifica meu país ter recebido uma grande quantidade de exilados chilenos e de outros estrangeiros. A violência era extremada”, acrescentou.