Conversão de termelétrica mineira para operar com etanol é pioneira no mundo

19/01/2010 - 13h08

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Juiz de Fora (MG) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, inaugura, na tarde de hoje(19), em Juiz de Fora, o processo de conversão da usina termelétricaJuiz de Fora para operar com etanol. A usina, que faz parte do parquegerador da Petrobras, operava apenas com gás natural e agora é flexfuel (bicombustível). Inédita no mundo, a operação cometanol, iniciada no último dia 31 de dezembro, está em testes paraotimização."Essa conversão éa primeira no mundo, é a primeira vez que se gera energia elétricaa partir do etanol", explicou o gerente executivo de Operaçõese Participações em Energia da Petrobras, Alcides Santoro, ementrevista coletiva técnica realizada no final da tarde de ontem(18), em Juiz de Fora (MG)."Tal qual o carroflex fuel, a usina é totalmente flex. Posso passar dogás para o álcool e do álcool para o gás instantaneamente",explicou.Santoro disse que aescolha da unidade mineira para a conversão foi motivadaprincipalmente pela disponibilidade de área e pelas turbinasderivadas do uso aeronáutico, que já eram utilizadas na UTE JF."Esse tipo de turbina facilita a conversão", afirmou ogerente.A usina usa duasturbinas aeroderivadas GE LM 6000, fabricadas pela General Electric(GE), e tem capacidade total instalada de 87 MW. Conectada ao SistemaInterligado Nacional (SIN), ela tem contratos de fornecimento deenergia até 2020. Apenas uma dessas turbinas, com capacidadeinstalada de 43,5 MW (o suficiente para abastecer uma cidade de 150mil habitantes), está adaptada para utilizar também o etanol.A instalação dosequipamentos na turbina foi realizada no Brasil, na Oficina de TurboMáquinas da Petrobras, em Macaé. Por meio de um acordo com aPetrobras, a GE acompanha os testes e terá o direito de utilizar osdados obtidos para aperfeiçoamento e comercialização da tecnologiapara outras usinas no mundo."Cerca de 90% dos materiais eequipamentos para a infraestrutura de recebimento, armazenagem etransferência do etanol para a turbina são nacionais. Em relaçãoaos equipamentos adquiridos para conversão da turbina, o percentualé de 5%", informou, ainda, a Petrobras.