Lísia Gusmão
Enviada especial
Estoril (Portugal) - Em comunicado divulgado sobre a situação política em Honduras, apresidência da Cúpula Ibero-Americana pede a restituição dopresidente deposto Manuel Zelaya ao poder para completar seu períodoconstitucional.No documento, que nãofoi incluído na declaração final da Cúpula de Estoril, apresidência considera a volta de Zelaya “um passo fundamental parao retorno da normalidade constitucional” em Honduras.Em nome dos chefes de estado e de governo da Espanha, de Portugal e dos países daAmérica Latina, o documento condena o golpe que afastouZelaya em 28 de junho e considera “inaceitáveis as gravesviolações aos direitos e liberdades fundamentais do povohondurenho”.Como os líderes dospaíses ibero-americanos não chegaram a um consenso sobre alegitimidade das eleições em Honduras, a saída encontrada para quea Cúpula de Estoril não terminasse sem mencionar a crise políticanaquele país foi divulgar um comunicado especial da presidência. Submetido aos líderes,o documento não foi contestado, mas não se trata de uma posiçãooficial da Cúpula Ibero-americana.O documento pede o fim das hostilidades à embaixada brasileira emTegucigalpa, onde Zelaya está abrigado desde setembro, quando voltouclandestinamente a Honduras, a garantia de sua inviolabilidade e daliberdade de movimento dos funcionários e do corpo diplomáticobrasileiro.“Os chefes de Estadoe de governo dos países ibero-americanos continuarão contribuindoativamente na busca de uma solução que permita a abertura de umdiálogo nacional em Honduras e na devolução do regime democráticoao povo hondurenho”, diz a nota.O comunicado encerracom a declaração de firme compromisso em defesa dos princípiosdemocráticos de todos os países ibero-americanos de modo a prevenirqualquer movimento de desestabilização dos governos legitimamenteeleitos.