Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Um simples gesto, àsvezes, pode fazer toda a diferença. No caso do lixo, odepósito correto é fundamental porque contribui paraevitar enchentes, além de gerar recursos para estados emunicípios.A constataçãode que o povo brasileiro teria de passar por uma etapa de reeducaçãosobre os resíduos sólidos, ou seja, o lixo gerado, fogeda esfera da prefeitura do Rio de Janeiro e ganha uma dimensãomaior.Nesta segunda-feira(30), durante o Fórum de Desenvolvimento do Rio, seráapresentado na Assembleia Legislativa (Alerj) um panorama dasações de destinação dos resíduossólidos nos níveis estadual e municipal.O objetivo, segundoinformou à Agência Brasil a secretáriageral do fórum, Geiza Rocha, é mostrar como se podetransformar lixo em riqueza.“Há muitasiniciativas [de educação] de catadores eassociações de empresas recicladoras de educaçãodas populações para mostrar que, se elas separarem olixo que é reciclável, elas dão uma grandecontribuição à natureza, evitando enchentes euma série de problemas”.O fórum pretendenão só discutir a questão política dotratamento que vem sendo dado pelo governo aos resíduossólidos, mas também os efeitos econômicos que aindústria da reciclagem tem na economia do estado. Na áreatributária, Geiza ressaltou que existem demandas dos catadoresem relação a impostos que diminuem a renda doscooperados na cadeia da reciclagem.Segundo o presidente daAlerj e do fórum, Jorge Picciani, o Brasil produz atualmente82 mil toneladas de resíduos sólidos por dia, das quaisa maior parte vai para lixões e aterros sanitários. Eledestacou a importância de estimular a coleta seletiva e areciclagem no país, para reduzir o volume de lixo fabricado.O fórum vaiapresentar algumas soluções inovadoras, como atransformação do lixo em energia e em fertilizante. Ouso da tecnologia para o desenvolvimento de unidades de processamentode resíduos sólidos em energia elétrica outérmica tem se disseminado nos Estados Unidos, na Europa e no Canadános últimos anos, mas ainda é novidade no Brasil. Dados da Agênciade Proteção Ambiental dos Estados Unidos mostram quecerca de 130 milhões de toneladas de lixo sólido seriamconvertidas em energia por ano nas 600 usinas em atividade no mundo.Sobre o lixo orgânico, que acaba ficando nos aterros, jáexistem indústrias no Rio que o transformam em fertilizante.Para Geiza Rocha, essasalternativas mostram que o que não se consegue aproveitarreciclando, pode transformar em energia ou em fertilizante, “ajudara melhorar a agricultura no próprio estado”.