Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Ainda nãoestá claro qual será o papel do Brasil na Conferênciadas Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas(COP -15), avalia o pesquisador do Centro Nacional de Referênciaem Biomassa, José Roberto Moreira. “É difícil,antes da ocorrência do evento, você dizer se a situaçãodo Brasil é confortável, se ele vai ter uma atuaçãode liderança”, disse em entrevista à AgênciaBrasil.
Para opesquisador, as posições apresentadas pelos governos até o momento são parciais e somente se saberáquem está à frente das discussões quando começarem as negociações.
Eleressaltou que como a posição brasileira, atéo momento, está baseada em compromissos voluntários, umoutro país que apresente metas compulsórias poderáter mais “prestígio”. “Pode ser até que a UniãoEuropeia tenha uma proposta mais exuberante”, considerou.
Naopinião do coordenador do Programa de MudançasClimáticas e Energia da WWF, Carlos Rittl, o Brasil chegaráa Copenhague em uma posição confortável paracobrar compromissos dos países mais ricos. “O Brasil chegaem uma posição boa para cobrar dos paísesdesenvolvidos sobre a sua responsabilidade”, afirmou.
Rittldestacou que o anúncio das metas brasileiras foi importante para queoutros países, como a China e os Estados Unidos, adotassemcompromissos semelhantes nos últimos dias. “Acho que o fatodo Brasil apresentar seus números ajudou a trazer um ânimodiferente para o processo internacional”.
Aguardaro posicionamento das outras nações tem sido, segundoRittel, uma regra desde o encontro preparatório para aconferência ocorrido na Espanha no início do mês.“A gente saiu de Barcelona, na última rodada de negociaçõesda Convenção do Clima, com muita incerteza.Vários países adotando uma posição deespera, aguardando o movimento de outros países para entãoapresentar suas propostas. Aquela corrida que parece que o últimoserá o vencedor, mas que infelizmente perdem todos”.