Mais cinco empresas fecham acordo com MPF sobre bois criados em área de desmatamento na Amazônia

24/07/2009 - 18h57

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Maiscinco empresas ligadas à produção de gado, criadoem área de desmatamento da Amazônia, assinaram estasemana acordos com o Ministério Público Federal (MPF) noPará para adequar a atividade pecuária aregras ambientais.Com aadesão dos frigoríficos Eldorado, Rio Maria e AtivoAlimentos e das exportadoras Agroexport e Boi Branco chegam a noveos empreendimentos que aderiram aos termos de ajustamento de conduta.De acordo com o MPF, as empresas que já assinaram o acordo sãoresponsáveis por 95% da produção pecuáriaexportada pelo Brasil.O termo de ajuste de conduta prevêuma moratória ao desmatamento, ou seja, as empresascompradoras vão exigir que os pequenos fornecedores comprovemque o gado não foi criado em área desflorestadailegalmente, embargadas ou que utilizem mão de obra análogaà da escravidão.Além disso, deverãoexigir o reflorestamento de áreas degradadas e o licenciamentoambiental. Os frigoríficos terão que informar a origemda carne aos consumidores e ao MPF, que vai checar a existênciade trabalho escravo, crimes ambientais ou problemas fundiários,como de grilagem ou invasão de terras indígenas eunidades de conservação.Os frigoríficos que assinaramo termo de ajustamento de conduta serão retirados das açõesque tramitam na Justiça Federal. Em junho,o MPF processou 13 empresas por contribuir para a degradaçãoambiental da Amazônia, além de 20 fazendas, responsáveispelos “bois do desmatamento”. Quatro empresas e os pecuaristasainda não entraram em acordo com o Ministério Público.Com aassinatura do acordo, as empresas que receberam a recomendaçãodo MPF para encerrar os contratos com os frigoríficos poderãoretomar as operações, entre eles os grupos Pãode Açúcar, Carrefour e Wal Mart, que chegaram asuspender as compras de carne com origem no desmatamento ilegal.