Medo da gripe suína lota hospitais e postos de saúde do Rio e complica atendimento

18/07/2009 - 15h19

Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A preocupação com a gripe Influenza A (H1N1), conhecida como gripe suína, estáprovocando uma corrida a hospitais das redes pública, postos de saúde eUnidades de Pronto Atendimento (UPAs) no Rio de Janeiro.Três dias depois da morte de uma mulher com a doença, em uma comunidadecarente da capital, e a primeira confirmada no estado, pacientes comsintomas de gripe lotaram as emergências das unidades de saúde em buscade atendimento, mas ficaram frustrados com a longa espera, pois nenhumaunidade de saúde reforçou a equipe médica.Com um bebê de três meses dormindo em seu colo, a empregada domésticaMichele de Oliveira, de 27 anos, moradora de São Cristóvão, na zonanorte da cidade, chegou à UPA da Penha, que fica ao lado do Hospital Estadual Getúlio Vargas, também na zona norte, por volta das 8hde hoje (18), e se juntou às dezenas de pessoas que, desde oinício da manhã, aguardavam por atendimento, com crianças com sintomas degripe.Duas horas depois, Michele continuava sentada em um banco esem perspectiva de ser atendida, diante da informação de um vigilanteque só havia um pediatra atendendo. “Meu filho está com gripe, comcatarro, tossindo muito e com febre alta. Já procurei atendimento emtrês hospitais, mas não consegui número para ser atendida. Agora merestou a UPA da Penha, mas parece que aqui também não tem médicos paraatender a gente”, disse Michele.Na emergência do Hospital Souza Aguiar,no centro do Rio, a procura por atendimento também foi grande durantetoda a manhã de hoje. A maioria dos pacientes tinha sintomas de gripe. Desesperadocom o filho de 15 anos reclamando de dor de garganta e febre, ovendedor ambulante Ednaldo da Silva, de 48 anos, morador de Bonsucesso,disse que já aguardava atendimento por quase três horas e que não tinhaesperanças, pois uma mulher que se identificou como chefe da enfermagemhavia lhe dito que não tinha clínico geral na unidade. “Eu quero umasolução. Estou desde cedo aqui com meu filho doente. Já passei poroutros hospitais e a situação é a mesma”, reclamou.A reportagem da Agência Brasil tambémesteve nos hospitais estaduais Rocha Farias, em Campo Grande, e AlbertSchweitzer, em Realengo, e no posto de saúde em Sulacap, todos na zonaoeste da cidade, e no Hospital Miguel Couto, no Leblon, zonasul do Rio, e encontrou a mesma situação: as emergências lotadas e ainformação de que havia apenas um médico para fazer o atendimento.Aassessoria de imprensa da Secretaria de Saúde do Estado informou, portelefone, que o número de pessoas com sintomas de gripe aumentoubastante nos hospitais da rede na ontem (17) e hoje e que o reforço na equipe médica seria feito caso houvesse necessidade. A assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde do município não se manifestou. O estado do Rio de Janeiro tem 129 casos confirmados da gripe suína.