Líder do DEM critica escolha de pemedebista para presidir Conselho de Ética do Senado

15/07/2009 - 22h44

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A oposição criticou hoje (15) a escolha de um pemedebista, o senador Paulo Duque (RJ), para presidir o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Para os senadores do Democratas (DEM), essa foi a forma encontrada pelo governo para proteger o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), da investigação de representações contra os dois, por quebra de decoro parlamentar.

O líder do DEM, José Agripino Maia, disse que, somente com o início dos trabalhos do colegiado, na primeira semana de agosto, será possível saber se Duque presidirá o conselho de forma isenta, respeitando o regimento interno do Senado.

“As atitudes dele no começo de agosto vão mostrar claramente se dá, ou não, para confiar na sua isenção. Acho que ele vai ter que entender que a opinião pública vai estar de olho em seu comportamento, já que homem público tem que prestar contas à sociedade e tem que ter compromisso com a ética”, disse Maia.

O senador lembrou que os parlamentares de seu partido haviam acordado votar em Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), antes que este pedisse para deixar o conselho.

“Fiquei surpreso por ele [Valadares] renunciar não apenas à condição de candidato [à presidência do conselho], mas também a ser membro titular. Até ontem, o candidato [Duque] era alguém que transitava por todos [os partidos], incluindo os da oposição. Mais que esquisito, isso [a escolha de Duque] é suspeito”, declarou Maia.Maia ressaltou que Duque "é um homem cuja história inspira respeito", mas disse que a resistência de seu partido quanto à sua escolha para presidente do Conselho de Ética se deve, unicamente, ao fato do senador ter sido “escolhido pela base do governo, com os votos dos governistas”.