Lula diz no Chile que pretende criar fundo com dinheiro do petróleo

28/03/2009 - 17h59

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (28), em Viña Del Mar, no Chile, queestuda criar um fundo com recursos da exploração depetróleo, semelhante ao feito na Noruega. Em ocasiões anteriores, em discursos no Brasil, o presidente já havia cogitado aplicar parte dos royalties da exploração do pré-sal no financiamento da área social e da educação."Agoraque encontramos muito petróleo no Brasil, estamos muitointeressados em conhecer o fundo do petróleo que foi criado naNoruega, para que a gente possa criar algo que tenha similaridade,para que a gente utilize a riqueza do petróleo, para ajudar anossa gente e não apenas para queimar combustível",disse Lula, no Chile, segundo a agência de notícias BBC Brasil.Lula participa da Reunião de LíderesProgressistas, que se realiza no balneário chileno, onde ele se encontrou com o primeiro-ministro norueguês,Jens Stoltenberg. Participaram da reunião o primeiro-ministro da Espanha, José Luis Rodriguez Zapatero, o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, a anfitriã Michelle Bachelet, presidente do Chile, além de mais seis chefes de estado.De acordo com a BBC, o fundo norueguêsfoi instituído em 1990 e é administrado pelo governo.Os recursos servem ainda para proteger a economia do país decrises financeiras. Na abertura da reunião, opresidente voltou a responsabilizar as nações ricaspela atual crise e rechaçou a adoção de medidasprotecionistas como caminho para a solução do problema.“O mundo todo está pagando o preço dofracasso de uma aventura irresponsável daqueles quetransformaram a economia mundial em um gigantesco cassino”, disse.“Neste momento, nosso desafio maior é não nos deixarparalisar pela perplexidade, pela incerteza e pelo temor de ousar”,completou. No discurso, Lula apontou a América do Sulcomo alternativa à crise, além de destacar a ascensãoda esquerda ao comando dos governos da região. “A Américado Sul vive uma vigorosa onda de democracia popular, encabeçadapor segmentos historicamente deserdados e marginalizados, que hojeencontram seu lugar e sua voz numa sociedade muito mais solidária.Não é mera coincidência que, hoje, predominemgovernos de esquerda na América Latina”, afirmou.