Para melhorar ensino, professor não deve se limitar ao livro didático, diz especialista

27/02/2009 - 18h19

Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Para que o livrodidático faça parte de um processo educacional com qualidade, o professor não deve usá-lo como uma “cartilha fechada”, mas como um ponto de partidapara o desenvolvimento da aprendizagem. A avaliaçãoé do diretor de políticas de material didáticoda Secretaria de Educação Básica do Ministérioda Educação, Marcelo Soares. Hoje (27) comemora-se oDia Nacional do Livro Didático.Para Soares, qualquer obra sempre traz “limitações”, mas deveser uma ferramenta orientadora do processo, inclusive para que se adapteàs diferentes realidades do país. “Ele acaba ajudandoo aluno e o professor a compreenderem melhor não só oconteúdo propriamente dito, mas a instrumentalizar a escolapara no tratamento desses conteúdos poder trabalhar arealidade cultural, política, econômica de cada região”,afirmou o diretor em entrevista à Rádio Nacional daAmazônia.Orepresentante do ministério acredita que qualquer livro semostra adequado às diferentes realidades culturais e sociaisem que a escola está inserida, desde que os professores nãotenham o livro como uma “cartilha fechada”. Segundo ele, duranteo processo de seleção dos livros que serãodistribuídos à rede pública, o MEC leva em contase a obra procura apontar sugestões de estudos e atividadescomplementares que “levem o professor a trabalhar o livrodialogando com a realidade em que ele se situa”.Éimportante que o professor tome o livro didático como umaferramenta de trabalho, não como o currículo mínimoque ele tem que desenvolver. Ele deve ser um apoio para o bomtrabalho. O professor tem condiçõesde ter uma relação de autonomia, de interação,sem subordinação ao livro. E cada vez mais a gente vêexperiências muito interessantes em que nossos professoresutilizam o livro de maneira criativa, promotora do desenvolvimentocognitivo”, indica. Em 2008, o FundoNacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE),responsável pelo Programa Nacional do Livro Didático(PNLD), adquiriu 103 milhões de exemplares de livros dediferentes disciplinas, com custo de R$ 719 milhões.Atualmente, o PNLD atende 31 milhões de estudantes do ensinofundamental e mais 7 milhões do ensino médio.