Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São José dos Campos (SP) - Trabalhadores demitidos da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) e representantes de entidades sindicais fizeram na tarde de hoje (27) uma manifestação em frente à sede da empresa em São José dos Campos (SP). Os manifestantes portavam faixas pedindo o fim das demissões e a edição de uma medida provisória pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva que garantisse a estabilidade no emprego.Adão Ferreira dos Santos, pai de dois filhos, era um dos funcionários demitidos que foi acompanhar a manifestação na porta da empresa. Santos foi demitido na quinta-feira (19) da semana passada, depois de nove anos na Embraer trabalhando como programador de produção. "Meu chefe falou que se melhorar [a situação da empresa], ela pode chamar [de volta]. Mas a esperança é pouca porque depois que demite, é muito difícil voltar", disse à Agência Brasil. Enquanto permanece a indecisão sobre sua volta à empresa, Santos já começou a distribuir currículos e a estudar para concursos públicos.Presente ao ato, o deputado e presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, comemorou a decisão do desembargador do Tribunal Regional de Trabalho (TRT) Luis Carlos Sotero, de suspender as demissões. Paulinho ressaltou que esse é "um momento importante" para que os sindicatos possam negociar as readmissões dos funcionários da Embraer. Segundo Paulinho, há várias alternativas que poderiam ser usadas para evitar as demissões. "Uma delas é fazer um programa de demissão voluntária. A empresa tem recurso para isso e pode fazer uma oferta aos trabalhadores e abrir um programa de demissão voluntária por um período determinado", disse."O que nós temos que cobrar do governo é que quando uma empresa que recebe dinheiro público ou tem redução de impostos, caso da Embraer, que recebeu R$ 19 bilhões durante 11 anos, deveria ter uma cláusula que garantisse os empregos das pessoas", afirmou.