Centrais sindicais estudam dia nacional de protesto contra demisssão de trabalhadores

27/02/2009 - 15h57

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São José dos Campos (SP) - O Sindicato dosMetalúrgicos de São José dos Campos e ascentrais sindicais estudam a realização de um dianacional de protesto contra a demissão de trabalhadores noBrasil. A decisão foi anunciada na tarde de hoje (27), apósreunião na sede do sindicato. “Hoje o importantefoi que todas as centrais, com exceção da CUT [CentralÚnica dos Trabalhadores], vieram aqui para apoiar a lutados companheiros da Embraer [Empresa Brasileira de Aeronáutica]e começar a pensar em ações unitáriasonde houver outras demissões e em ações quelevem em conta mudanças na política econômica dopaís”, disse o secretário-geral da ForçaSindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna.Ele informou que napróxima semana as centrais sindicais vão se reunirnovamente para elaborar um calendário de lutas para evitarmais demissões no país. Segundo Juruna, a mudançaproposta pelas centrais passa pela diminuição da taxade juros, redução da jornada de trabalho e aumento dosinvestimentos do Plano de Aceleração do Crescimento(PAC). Já o coordenador da Conlutas, José Maria de Almeida, citou adecisão do desembargador Luís Carlos Sotero, doTribunal Regional do Trabalho de Campinas, aceitando o pedido deliminar e suspendendo as demissões na Embraer, dizendo que vai“corrigir, pelo menos provisoriamente, uma injustiça”.Segundo ele, além da reintegração dosfuncionários, a sentença permitirá a abertura deuma negociação dos sindicatos com a empresa.Almeida disse que, coma decisão do desembargador, os funcionáriosreintegrados ao quadro continuarão recebendo seus saláriosnormalmente, sem nenhum tipo de prejuízo. “Se a empresaquiser reintegrá-los à produção nestemomento, ela pode fazê-lo, mas, se os mantiver afastados, teráque pagar seus salários com todos os encargos sociais devidos,como se fossem empregados normais da empresa.”A Embraer, empresa fabricante de aviões, anunciou  no dia 19 deste mês a demissão de cerca de 4,2 mil trabalhadores, o equivalente a 20% do quadro de 21.362 funcionários. Na ocasião, a empresa divulgou comunicado dizendo que foi a crise internacional que a levou a "efetivar uma revisãode sua base de custos e de seu efetivo de pessoal, adequando-os à novarealidade de demanda por aeronaves comerciais e executivas". Cerca de 90% das receitas da Embraer são oriundas de exportações, que, de acordo com a nota, vêm sendo afetadas pela crise internacional. A decisão do desembargador Luís Carlos Soterosuspende até a próxima quinta-feira (5) as 4,2 mildemissões na Embaer.