Carolina Pimentel *
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva devese reunir na próxima semana com os dirigentes da EmpresaBrasileira de Aeronáutica (Embraer), que ontem (19) demitiu4.200 funcionários, o equivalente a 20% do quadro de pessoal.Irritado com a notícia, Lula quer explicações dafabricante de aviões sobre as dispensas.Hoje (20),durante reunião com ministros da área social, opresidente reafirmou que está indignado com as demissões.O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de SãoJosé dos Campos (SP), Adilson dos Santos, e o secretário-geralda entidade, Luiz Carlos Prates, estiveram hoje no Palácio doPlanalto para reclamar. Eles não se encontraram com Lula, comoqueriam. Porém, cobram do governo que interfira na decisãoda empresa. O principal argumento dos sindicalistas éque a Embraer tem projetos financiados pelo Banco Nacional deDesenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – que é umbanco público.De acordo com o BNDES, no ano passado, obanco disponibilizou US$ 542 milhões para a Embraer exportarseus aviões – 90% da produção vai para omercado externo. O financiamento é uma condiçãopara a empresa participar de licitações internacionais,já que precisa oferecer financiamentos às empresasimportadoras. A Embraer toma emprestado o dinheiro com o BNDES erepassa ao importador, que paga diretamente ao banco.Segundoo Ministério de Desenvolvimento Indústria e Comércioa Embraer (MDIC), a Embraer foi a terceira maior empresa exportadorado Brasil em 2008, com U$5,7 bilhões em exportações,o equivalente a um crescimento de 21,03%. Em comunicado, aEmbraer justificou as demissões com a crise financeiramundial. Segundo a empresa, é "inevitável efetivaruma revisão de sua base de custos e de seu efetivo de pessoal,adequando-os à nova realidade de demanda por aeronavescomerciais e executivas"."A Embraer expressa seuprofundo respeito às pessoas que ora deixam suas posiçõesna empresa. Respeito pelo trabalho que desenvolveram, pelo tempo deconvívio profissional e pessoal, pelo momento difícilque atravessam", diz o comunicado.