Homenageado do Galo da Madrugada, Enéas Freire era alegria do carnaval de Recife

20/02/2009 - 13h22

Ivy Farias
Enviada Especial
Recife - Ele foi corretor de seguros, comerciante, representante comercial. De todas as profissões que exerceu em seus 86 anos, sem dúvida a atividade em que ele teve melhor atuação e que o tornou conhecido mundialmente foi fazer festas. Enéas Alves Freire, idealizador e um dos fundadores do Galo da Madrugada, será  lembrado no desfile do maior bloco de carnaval do mundo – segundo o Livro dos Recordes – com uma escultura de 11 metros de altura, criada pelo artista plástico Silvio Botelho.Enéas morreu em 9 de junho no ano passado, em conseqüência de complicações após uma cirurgia no joelho. Casado com Maria do Carmo Travassos, fundadora e presidente emérita do Bloco das Ilusões, Enéas sempre foi festeiro. "Ele gostava mesmo é de carnaval", lembra Mauro Freire, um de seus quatro filhos. "Nossa vida era uma festa, tudo era motivo para alegria."Nascido em Recife no dia 2 de dezembro de 1921, Enéas sempre foi um homem alegre e de muitos amigos. Aprendeu a gostar de carnaval com seus pais, que o levavam nos braços para a folia ainda pequeno. Antes de criar O Galo da Madrugada, ele também implantou o bloco Papagaio Louro, que acabou dois anos depois, e ajudou na fundação do clube Estudantes de São José.Defensor do frevo e da cultura popular, Enéas criou O Galo da Madrugada para que o ritmo fosse preservado no carnaval do Recife. "Naquela época [1977] o frevo estava perdendo força", recorda o atual presidente do Galo, Rômulo Meneses, genro de Enéas e também um dos fundadores do bloco. O que começou em uma reunião de família hoje é um bloco capaz de arrastar mais de 1 milhão de pessoas no sábado de carnaval.Enéas conseguiu envolver a mulher, os quatro filhos e os oito netos, nas atividades do bloco. "Ele conhecia todo mundo em Recife. Depois do Galo, fez um milhão de amigos", diz Mauro Freire.