Amanda Mota
Enviada Especial
Belém (PA) - A criaçãode uma agenda política e social global e a integraçãolatino-americana estão sendo apontadas por intelectuais erepresentantes da sociedade civil organizada, no Fórum SocialMundial (FSM), em Belém(PA), como mecanismos para enfrentar a atual crise econômicamundial.Na opinião dodeputado no Congresso espanhol e porta-voz do grupo parlamentar daIzquierda Unida, Joan Herrera, a atual crise revela a inviabilidadede continuidade do sistema econômico predominante no mundo. Eletambém defendeu a criação de um conjunto depropostas para aplicações concretas na realidademundial."Penso que ahumanidade necessita de uma agenda global com propostas concretas quesuperem o atual modelo que não funciona, que é ocapitalismo. Essa deveria ser uma agenda com orientaçõespolíticas e sociais e prever ainda a intervençãodos atores sociais junto aos governos", disse.O diretor da EscolaLatino-americana de Governo, Políticas Públicas eCidadania, em Madrid, na Espanha, Juan Carlos Monedero, ressaltou quea integração dos países no continentesul-americano é outro elemento fundamental para a busca desoluções frente à atual crise. Por isso, eleconsidera que o encontro dos presidentes do Brasil, Venezuela,Equador e Paraguai na quinta-feira (29), durante o FSM, representouum grande passo para o bem-estar das populações daregião."Creio serfundamental entender a economia, fomentar políticas públicas,dar respostas aos movimentos populares e descobrir que caminhoseguir. Precisamos de um novo conceito de dignidade de vida",acrescentou Monedero.Em entrevista àAgência Brasil, o presidente da organizaçãonão-governamental colombiana Viva Cidadania, Pedro Santana,afirmou que o Fórum é um espaço de articulaçãoentre os atores que buscam uma sociedade mais humana e democrática.Na sua avaliação, o encontro vai contribuir paracontornar a crise econômica mundial. Defendeu ainda que associedades precisam adotar maior racionalidade no consumo dos bens erecursos naturais."Esse fórumvai nos ajudar a descobrir ferramentas políticas para combatera crise. A economia é uma parte da sociedade e deve estar aserviço dos homens e não o contrário. Areestruturação da economia depende da reestruturaçãoda sociedade. Precisamos também de um consumo maisresponsável", analisou o colombiano.