Governo vai acelerar processo de resgate da memória da ditadura militar

31/01/2009 - 15h49

Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governo vaiintensificar e acelerar o processo de resgate da memória sobrea ditadura militar, disse hoje (31) o ministro da Justiça,Tarso Genro, durante um debate no Fórum Social Mundial. Ao ser questionado porum participante sobre a construção de um museu nacionalsobre o tema, Tarso avaliou que as discussões do Fórumdão condições políticas para aceleraresse trabalho. Segundo ele, a sede será no Rio de Janeiro, quefoi “o centro da violência”. Neste ano, a lei deanistia completa 30 anos e, segundo o presidente da Comissãode Anistia do Ministério da Justiça, Paulo Abrão,o trabalho cultural e de resgate histórico do períododa ditadura será aprofundado. O ex-deputado Antônioda Silveira, que durante a ditadura foi advogado de muitosperseguidos e presos políticos, afirmou que os projetos deresgate de memória são importantes para que o povodefina o seu futuro. “Se você não tem memóriasocial, também não tem memória pessoal. Todapessoa, toda sociedade precisa da sua história, porque épor ela que a humanidade aprende. Se você não conhece opassado, não tem meios de se situar para o futuro”,destacou.Durante o debate, Tarso falou sobre a açãoda Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em tramita no SupremoTribunal Federal (STF), sobre a inconstitucionalidade da Lei daAnistia. A entidade contesta a anistia aos policiais e militares quepraticaram atos de tortura durante o regime militar. O ministro disseé preciso aguardar o STF, mas que “não se trata derevanche, mas de acúmulo do processo democrático”.