Tarso Genro diz que anistia não é "bolsa ditadura"

30/01/2009 - 13h36

Luana Lourenço*
Enviada Especial
Belém - Oministro da Justiça, Tarso Genro, participou hoje (30) da abertura dojulgamento de oito pedidos de anistia a perseguidos políticos paraensese disse que quem critica a reparação econômica para vítimas da ditaduramilitar desconsidera a dívida que a sociedade brasileira tem com essaspessoas. “Tem gente que chama de 'bolsa ditadura'. Não se tratadisso, é uma visão equivocada. Porque parece que o governo estáindistintamente distribuindo recursos para pessoas que pedem. Ésobretudo um processo indenizatório simbólico determinado por lei epela Constituição e não se trata de qualquer benesse que o Estadobrasileiro esteja distribuindo.”Tarso argumentou que um grande número de pedidos é rejeitado, por falhas no processo ou falta de provas. Oministro participou hoje da caravana da anistia, que aproveitou o FórumSocial Mundial, em Belém (PA), para julgar os processos de oitoparaenses que se declaram perseguidos políticos durante os governosmilitares. “A caravana é cívica porque tem também umafinalidade cultural. Não é somente processar o ato administrativo deanistia, é disseminar a visão de que nós temos que consolidar cada vez maisa democracia, o direito, a justiça e de que todos devem saber o queaconteceu para que não mais se repita”, afirmou Tarso.AComissão de Anistia do Ministério da Justiça ainda deve voltar ao Paráaté o fim do semestre para julgar processos de envolvidos com aguerrilha do Araguaia. De acordo com o ministro, o governo vaitentar julgar todos os pedidos de anistia até 2010. Em todo o Brasil,há mais de 60 mil processos.Questionado por jornalistas sobre a polêmica em torno da concessão derefúgio político ao escritor italiano Cesare Battisti, Tarso se negou acomentar o assunto. “Eu já falei tudo o que tinha a falar sobre isso,está fora da minha jurisdição.”