Instituto critica decisão de ministério de banir uso do amianto

30/01/2009 - 20h45

Da Agência Brasil

Brasília - OInstituto Brasileiro do Crisotila (IBC) distribuiu um comunicado criticando a Portaria43 do Ministério do Meio Ambiente que proíbe o uso de materiaiscontendo amianto em qualquer construção ou bem adquirido pelo órgãoe por seus órgãos vinculados.“O uso seguro doamianto crisotila brasileiro por certo não interessa a poderososgrupos industriais estrangeiros que buscam monopolizar um segmentoque movimenta cerca de R$ 2,6 bilhões. Esses setores procuram,irresponsavelmente, disseminar o medo e confundir a opinião pública”,segundo o comunicado.Deacordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a crisotila estárelacionada a diversas doenças pulmonares, como a asbestose (doençacrônica que provoca o endurecimento dos pulmões) e ocâncer pulmonar. NaAssociação Brasileira dos Expostos ao Amianto (Abrea), entidade que reúne pessoas que trabalhavam com o material, 53% dosassociados possuem alguma doença associada ao amianto. Segundo o presidente daassociação, Eliezel João de Souza, há também um grupo de mulheres contaminadas pelo contato commaridos e filhos que trabalhavam com a substância. “A doençaleva, da exposição, até 50 anos para se manifestar, é difícilfazer o diagnóstico, há gente que morre por causa do amianto semsaber”, afirmou.Rubens Relas Filho,presidente do Conselho Superior do IBC, não nega que o amianto sejaprejudicial à saúde.“O amianto é um dos 200 produtos perigosos,classificados pela OMS, todos sendo utilizados atualmente, algunspaíses proibiram o amianto porque, no passado, fizeram um usopéssimo, usaram para pulverizar nas paredes. O nosso amianto émenos perigoso, mas ele também é perigoso, porém, pode ser usadode forma controlada.”Segundo opresidente do conselho, o amianto não representa riscos para apopulação que possui telhas ou caixas d'água. O preço da telha comamianto é menor que o das outras e, além disso, esse tipo de material utiliza menos madeira na suainstalação. “Oamianto é o que permite o menor uso de madeira, então somosecologicamente corretos”, disse Rellas. Amineração do amianto é sustentável, segundo o presidente doconselho. “A atividade industrial ocupacional tanto na minaquanto nas indústrias, é totalmente controlada, se o Ministério doMeio Ambiente for analisar, vai encontrar um ótimo exemplo demineração sustentável e indústrias com impacto significativopraticamente zero”, afirmou.Para Eliezel, a medida do Ministério do Meio Ambiente foi positiva. “Essaportaria é de suma importância pra gente, essa decisão foi muitoboa para a sociedade. Nós, contaminados pelo amianto, não temosmais volta, mas é pela prevenção dos outros”, concluiu.O comunicado da IBCconvida o ministro Carlos Minc a conhecer a mina de extração doamianto crisotila na cidade goiana de Minaçu, e fábricas defibrocimento. Segundo o ministério, Minc está em Belém e ainda nãorespondeu ao convite.